António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

Banda Musical de Gondomar… Época 2008

Outubro 6th, 2008

Quem lê habitualmente este espaço já se deparou com palavras minhas sobre a BMG. É incontornável. É algo que faz parte de mim, com aquela intensidade própria de algo que sentimos como nosso e do qual fazemos parte.

Agora, que mais uma época termina, não vou repetir o aqui já disse, principalmente aquilo que escrevi o ano passad, por esta altura.

Quero apenas, porque me sinto na obrigação moral de o fazer, deixar uma palavra de profunda gratidão ao Professor Luis Macedo. Em primeiro lugar, pelo gesto que teve para comigo na tarde de ontem. Depois, e acima de tudo, por toda a dedicação que tem demonstrado para com a Banda Musical de Gondomar, por nos ajudar a crescer como instituição, como músicos e como homens e mulheres.

Muito obrigado e continue a brindar-nos com a sua arte, sabedoria e boa disposição!

Saudades de um beijo

Outubro 4th, 2008

montanha.jpg

O tempo pára
Quando os teus lábios
Encontram os meus

O Mundo desaparece
E só nós existimos

Procuro no dicionário
Palavras
Que traduzam aquele toque singular

Depois vão as mãos
Encontram perdida a tua pele
E sou invadido pelo calor
Que vem do teu coração

Falta-me o ar
Procuro-o na tua boca
E encontro muito mais que ar

Encontro o Sol
A Lua
As Estrelas
Tudo o que de bonito há no Mundo

Uma meia alegria

Outubro 3rd, 2008

Para além do Euro 2008 e dos Jogos Olímpicos, o Verão desportivo foi animado pela feroz tentativa do Benfica e do Vitória de Guimarães de afastarem o FC Porto da Champions League.

Estas duas instituições fizeram de tudo para impedir o campeão português de disputar a prova europeia a que tinha direito.

Contudo, as instituições desportivas europeias não são portuguesas. Não se deixam influenciar por pressões, nem actuam com base no ódio. Julgam com justiça e não com base em suspeitas e preconceitos.

Justamente, o FC Porto encontra-se a disputar a Champions League. Justamente, o SLB e o Vitória de Guimarães encontram-se a disputar a Taça UEFA. Ou melhor, o Vitória de Guimarães, tão sedento de uma presença na Champions League, depois de ter sido incapaz de eliminar o frágil Basileia na pré-eliminatória, não conseguiu sequer passar da primeira fase da Taça UEFA.

Por outro lado, o SLB, com muita sorte, lá se safou… mas o futebol que praticou nos dois jogos contra o Nápoles, não augura um grande futuro para esta equipa.

Deus escreve certo por linhas tortas. Se, a derrota do FCP frente ao Arsenal foi vergonhosa, não pelo resultado em si mas pela falta de empenho e de entrada da equipa ao jogo, mais vergonhoso é ver duas equipas que queriam, na secretaria, ganhar o direito de participar na prova de elite dos clubes europeus, terem tanta dificuldade em passar a primeira eliminatória da Taça UEFA, sendo que o Guimarães foi eliminado.

Comigo não cola a história do “ah e tal são equipas portuguesas”. São equipas portuguesas que de uma forma reles e baixa quiseram afastar a melhor equipa portuguesa, com o melhor palmarés internacional, recentemente campeã europeia, de usufruir de um direito que conquistou por mérito próprio.

Portanto, na noite de ontem, enquanto portista convicto, fiquei satisfeito pela eliminação do Guimarães e espero que, em breve, o SLB vá pelo mesmo caminho.

Parabéns ao Sporting de Braga e ao Marítimo (apesar de terem perdido tiveram muita garra e lutaram até ao fim).

Noite sem fim

Outubro 2nd, 2008

noite.jpg

E a noite chegou
Quis adormecer
Essa noite assustou-me
Cerrei os olhos com toda a força
E voei em sonhos para junto de ti

Então acordei
Mas as trevas permaneciam
Busquei a luz mas não a encontrei
Caminhei na negrura
Tropeçando em monstros e fantasmas
Fugi de vampiros e lobisomens

As horas passavam
Mas a noite era eterna
Corri desvairado sem rumo
Sentindo-te sempre na direcção oposta

Sem forças
Fatigado
Envolto em suor gelado
Acoitei-me numa memória
Protegi-me num sorriso
Fechei a porta da tenda com chave de beijos

E ali fiquei
Encolhi-me a um canto
Esperando que voltes

Lá fora
Os monstros e os fantasmas
Os vampiros e os lobisomens
Perseguem-me

Mas tu virás salvar-me
O teu sol virá
A tua luz
O teu calor
Mas até lá
A noite continua

Passo a passo

Setembro 30th, 2008

Passam as horas
E eu passo sem ti
Passo sozinho
Por onde passam amantes
Passando infinitamente
Em passo longo e distante
Passam por mim
E o passo detenho
Passam meus olhos pelo chão
Olhando os passos tristes
Dos meus pés que passam
Despidos do teu passo
Que passa noutra rua

A que horas?

Setembro 27th, 2008

É um vício!

A maior parte das pessoas que conheço não consegue marcar uma hora:

– A que horas é que combinamos?

– Nove e meia, dez…

É parvo! Ou é nove e meia ou dez!!! Entre as duas referências horárias, há trinta minutos de diferença, porra!

Ainda mais ridículo:

– A que horas combinaste com a tua irmã?

– Às quatro e tal…

Quatro e tal? Quatro e tal?

Quatro e tal pode ir desde as quatro e um minuto até às quatro e cinquenta e nove!

Mas mau mesmo é quando conseguimos marcar mesmo uma hora e depois as pessoas se atrasam.

Lembro-me que, quando comecei a namorar com a minha esposa, ela ficava surpreendida por eu aparecer em casa dela a horas.

Esta cultura do atraso irrita-me profundamente.

E aquelas pessoas que ficam ofendidas quando as chamamos à atenção por terem chegado atrasadas? Será que não percebem que chegar atrasado é uma falta de respeito?

É certo que os imprevistos acontecem a todos. Ninguém está livre… Mas há malta que tem demasiados imprevistos na vida.

Bom fim de semana!

Saudades do vazio

Setembro 23rd, 2008

E de repente ela adormeceu.

Adormeceu feliz, porque sabia que em sonhos iria encontrar o amor que não podia ter na realidade.

Apenas em sonhos os seus lábios cruzavam os lábios dele, sentia o fogo da sua paixão e deixava-se desfalecer nos seus braços. Como adorava ela a hora de dormir e entregar-se sem leis aos braços do seu desejo.

Em sonhos vivia, amava, sorria… Era feliz. Era feliz como nos raros momentos em que os seus olhos beijavam os dele. Quando se viam na rua, na escola… Breves instantes em que se olhavam profundamente, desejavam, mas eram forçados a ocultar o seu amor.

E só à noite, quando se deixavam embalar pelos sonhos o seu amor era pleno. Quando acordavam voltavam as saudades. Saudades de um tempo que não viverem, de toques que nunca sentiram, beijos que nunca deram.

António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.