Domingo passado, na viagem da Banda Fórum para Arazede, alguém se lembrou de pôr a rodar no DVD da camioneta o filme “Mamma Mia” e, a primeira conclusão a que cheguei foi: “ainda bem que não paguei para ver isto!”.
Antes de falar do filme, é importante falar dos ABBA. O quarteto sueco foi um marco na História da Música. Nos meus tempos de faculdade, quando era forçado a sair à noite para uma qualquer discoteca, lamentava-me da fraca qualidade da música de dança dos dias de hoje. As minhas amigas diziam “isto é música para dançar, não tem que ser muito elaborada…” e eu respondia: “os ABBA faziam música de dança, com belas melodias, orquestrações, ritmo e poesia!”. De facto, os ABBA combinavam, da forma que só os génios sabem, todos os ingredientes para criar grandes canções. E depois, a interpretação das duas cantoras do grupo, conferia às músicas uma força transcendente. Quase que me arrisco a dizer que, para perceber as canções dos ABBA, quase que nem precisamos de perceber inglês. Prova disso foi a forma como as músicas dos ABBA me fascinam desde muito novo.
E agora… o filme! O filme começa com mulheres aos gritos, tem mulheres aos gritos durante todo o tempo e termina… felizmente não vi até ao fim, porque a camioneta chegou ao destino.
Contudo, vi o suficiente para perceber que “Mamma Mia” consegue desvirtuar o sentido profundo de cada uma das canções dos ABBA: primeiro, porque as mesmas são metidas a martelo na história… se é que se pode dizer que este filme tem história; segundo pela péssima interpretação vocal dos actores. Ok, eles cantam todos muito afinadinhos, mas se cantar bem fosse só cantar afinado… Na maior parte dos casos a interpretação simplesmente não existe e, quando existe algo a que se pode chamar “interpretação”, esta é completamente desfasada da canção em causa.
Enfim, um marco negro na caseira de dois brilhantes actores: Meryl Streep e Pierce Brosnam.
Está na hora de ir ouvir os autênticos ABBA e esquecer o filme rapidamente.