António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

“Cassiopeia” – Carlos Marques

Maio 26th, 2021

(texto inicialmente publicado no Facebook, a 15 de Abril de 2021)

 

Em 2004, Portugal enchia-se de cor. Bandeiras nas janelas, nas varandas, nos automóveis. Visitantes garridos de toda a Europa… e um balde de água fria na Final. Valeu-nos Gelsenkirchen.
E Carlos Marques – Compositor (a quem lanço o repto de deixar aqui o seu comentário na primeira pessoa sobre a obra em análise e corrigir algum disparate aqui exposto) lançava para as estantes de bandas filarmónicas, de todo o Portugal, a “Cassiopeia”. E que estrondo!
Dois anos depois a obra era editada pela Molenaar e, actualmente, é tocada no Mundo inteiro. Duvidam? Pesquisem no Youtube e vejam a quantidade de bandas estrangeiras que tocam a Cassiopeia.
Anos antes, Carlos Marques já tinha entrado para a “mitologia filarmónica” ao lançar o disruptivo “Português Suave” (que também terá direito a uma reflexão neste espaço), mas a Cassiopeia (corrijam-me se estiver errado) foi a primeira obra de um compositor português escrita em “estilo americano/holandês”.
Não sendo tecnicamente difícil, tem tudo para resultar em palco, ou em arraial: elementos épicos, solenes, introspectivos, explosivos.
No geral é das melhores coisas que se ouve por aí, porque está tão bem feitinha que não dá grande margem de erro ao executante.
Depois da Cassiopeia, outras grandes obras surgiram do talento de Carlos Marques, das quais destaco “The Transit of Venus”.
Contudo, a Cassiopeia foi um ponto de viragem no reportório filarmónico nacional.
Sabemos que estamos velhos quando, uma obra de 2004, já entra na galeria dos clássicos.

António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.