António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

Frases Parvas do Hi5 – Capítulo II

Maio 11th, 2009

Cá está o segundo capítulo da minha exploração de Hi5s alheios. Mais cinco frases, cinco estados de alma, cinco disparates. Mais uma vez recordo que as citações foram copiadas tal e qual como escritas pelos autores. Não tenho culpa dos erros!

Frase 1:
“sempre na mesma!!!”

Comentário: Ou seja, estás sempre na net a olhar para o teu Hi5. Olha que há formas bem mais interessantes de passar o tempo.

Frase 2:
“tudo se pode esconder menos o amor e a tosse”

Comentário: Tens a certeza? Já tentaste esconder droga de um cão-polícia? Ou esconder um elefante na tua sala de estar? Ou a Torre Eiffel?

Vá, para a próxima, antes de te armares em filósofo, pensa bem no que vais dizer.

Frase 3:
“A viver………:)”

Comentário: Então, quando morreres, avisa.

Frase 4:
“Na net.”

Comentário: Carago! Agora fiquei desiludido! Pensava que se conseguia aceder ao Hi5 sem ser na net…

Frase 5:
esperando o reflexo auricerúleo…na água do rio;)”

Comentário: Ah?

Alguém

Maio 10th, 2009

Alguém achou que era bom eliminar uma pessoa de uma fotografia.
Alguém achou-se no direito de reescrever uma História.
Alguém achou que o melhor era simplesmente apagar, ignorar, dissolver, doze anos de trabalho, de luta, de muita dedicação.
Alguém achou que tinha o direito de criar um hiato no tempo, como se o tempo fosse seu.
Alguém achou que de nada valeram horas, dias, semanas, meses, anos a ensinar os outros, a transmitir conhecimento, para que o conhecimento não se perdesse, para que a História continuasse.
Alguém tem memória muito curta… curta até de mais.
Alguém, um dia, vai ser apagado da História, porque pessoas assim, simplesmente, são esquecidas.

Frases Parvas do Hi5 – Capítulo I

Maio 9th, 2009

Caros amigos,

Há dias, enquanto navegava pelo Hi5, reparei que há utilizadores que na parte “Edita o teu estado” escrevem autênticas pérolas de humor, azeiteirice, pirosice e disparate.

Resolvi compilar uma série de delas, que irei publicar ao longo de vários capítulos.

Cá ficam as primeiras cinco.

Aviso já que as frases foram copiadas tal e qual como se encontram no Hi5. Por isso, os erros ortográficos e os atentados à Língua Portuguesa não são da minha autoria.

Divirtam-se:

Frase 1:
“cansado de tudo!!!”

Comentário: O desabafo! Muito típico no Hi5, qual muro das lamentações, quais psicólogos! Tens problemas? Partilha com todo o Mundo!

Frase 2:
“Fotos novas! Comentem por favor!”

Comentário: A típica dica publicitária, normalmente usada por pitas que colocam fotos em bikini, fotos semi-nuas tiradas no quarto, ou no WC, em frente ao espelho, ou as fotos que tiraram com as amigas no intervalo grande. Fotos normalmente tiradas de cima para baixo, com a boquinha em forma de beijinho e as carinhas bem fofinhas encostadinhas. Vomito com tanta fofurice…

Frase 3:
“acredita no que possas a vir ser””

Comentário: O conselho! Gosto deste pessoal com tendência para a psicologia de vão de escada, sempre nos ajudam a poupar uns cobres. Não imaginam as crises existenciais que eu já resolvi enquanto navego no Hi5.

Frase 4:
“Enkuanto me tives-te… sonhas-te! agora morre!”

Comentário: Corações destroçados! Já repararam que muita gente usa o Hi5 para travar autênticas guerras passionais? É o caso desta nossa amiga. Reparem na dor, na mágoa, no ódio… terrivelmente dramático!

(Repararam também que, em seis palavras, três estão com erros ortográficos?)

Frase 5:
“a minha irma sempre mais chata !ontem hoje e amanha!”

Comentário: Depois das zangas de namorados, as zangas familiares. Deve ser difícil ter uma irmã (ou será irma?) chata. Ainda bem que sou filho único
Não percam, nos próximos dias, mais cinco frases espectaculares! Fiquem atentos.

Um conselho para os bandidos!

Maio 8th, 2009

Vi hoje na televisão uma senhora de Setúbal indignada com a polícia. A senhora, familiar ou amiga de um marginal que foi morto semana passada enquanto praticava um crime, dizia:

“A polícia não havia de disparar para a cabeça! Há outros sítios para onde podem disparar!”

Realmente… é preciso ter lata: está uma pessoa descansadinha a cometer um crime e vem a polícia… pumba! Dá-nos um tiro na cabeça, quando poderia disparar para outro sítio qualquer! Já não se pode trabalhar neste país!

Conclusão: a vida de criminoso é dura e perigosa.

Pois eu tenho uma dica para todos os criminosos:

– a melhor maneira de evitarem levar com balázios na cabeça é… não cometer crimes!

Ok, eu sei que é difícil arranjar um emprego decente nos dias de hoje, mas isso não é desculpa para desatarem a assaltar caixas de multibanco, gasolineiras e ourivesarias.

Já ouviram falar em trabalhar?

É muito fixe! Temos coisas para fazer, normalmente úteis para a sociedade, pagam-nos ao fim do mês e, a menos que se trabalhe num banco, numa gasolineira ou numa ourivesaria, não estamos sujeitos a levar com tiros na cabeça!

Que acham da ideia?

Eu acho porreiro, mas vocês é que sabem se querem continuar a arriscar a levar com tiros na cabeça e deixar estas senhoras simpáticas, que gostam de vocês, indignadas ou, levar uma vida mais ou menos tranquila.

O Baile

Maio 3rd, 2009

Era o tão esperado baile. A Princesa estava linda, deslumbrante. A festa parou quando ela deslizou pela porta.

O Príncipe tinha sido proibido de entrar, mas o encontro secreto tinha sido combinado.

– És a minha melhor amiga, tens que me ajudar!
– Quero saber quem ele é!
– Não podes… é perigoso!
– Ele é perigoso?
– Não, estúpida! É perigoso saberes quem ele é… ninguém pode saber!
– Fogo!
– Não há fogo, nem meio fogo. Ajudas-me?
– Porquê?
– Não me queres ver feliz?
– Quero… mas deixaste-me curiosa!
– A noite do baile é a nossa oportunidade de ouro. Já temos tudo combinado. À hora combinada ele espera por mim no portão, eu desapareço. Tu, só tens que confirmar aos meus pais que eu dormi em tua casa… quer dizer, na prática eu vou lá dormir, mas mais tarde que o previsto.
– És louca!
– Louca de amor! Completamente louca! E tu vais ajudar-me a viver uma das noites mais felizes da minha vida!
– Eu por ti faço tudo amiga!
– Eu sei que sim!

Mas, à hora combinada, a Princesa estava absorvida na dança e, o Príncipe, não esperou nem mais um minuto. Entrou no baile. A máscara escondia a sua identidade, a todos, menos à Princesa. Ela reconheceu-o de imediato e arrependeu-se pela sua distracção. Contudo, de imediato sentiu os lábios do Príncipe apoderarem-se dos seus. Sentiu o seu corpo ser elevado do chão pelos braços do seu amado.

A noite foi finalmente deles. Amaram-se como nunca o tinham feito antes, sem medo de serem apanhados, sem pressa de voltarem a casa.

Ia alta a madrugada quando o telemóvel da Princesa tocou:

– Onde estás sua maluca?
– Estou nua nos braços dele e sou a mulher mais feliz do Mundo!
– Anda já para aqui! Não estás a pensar entrar em minha casa de dia, pois não?
– Calma, ainda tenho mais uma coisa para fazer…

Beijou o Príncipe e amaram-se de novo.

Era quase de dia quando ele deixou a sua Princesa na casa da fiel amiga.

As dificuldades que fazem o amor crescer

Maio 1st, 2009

A vontade que tinham de estar juntos era proporcional às barreiras que entre eles cresciam.
Mas amavam-se e isso era tudo.
Era tudo para os fazerem esquecer que o Mundo rejeitava aquele amor.
Mas eles tinham o seu próprio Mundo.
Um Mundo sem barreiras e que crescia com eles.
Sabiam que, um dia, as barreiras iriam desaparecer e seria tudo tão fácil.
Tão fácil como as palavras, os beijos, o sexo.
Seria, um dia, finalmente, irreversivelmente fácil destruir aquilo que parecia tão difícil.
Na esperança desse dia caminhavam, lado a lado.
Olhando em frente, para que nem um olhar os traísse.
As mãos eram dadas por baixo da mesa, para que nem um gesto os denunciasse.
Os passos eram desalinhados, para que os seus rastos fossem distintos.
Mas havia pausas.
E as pausas faziam-se de loucura.
Deitavam tudo a perder.
Olhavam-se tão profundamente que liam no coração um do outro, uma história gravada com pincéis de dor.
Davam as mãos, agarrando-se com força, com toda a força que os seus corpos produziam, até unirem as veias e viverem do mesmo sangue.
Alinhavam os passos e todos os movimentos para que, finalmente, fossem apenas um.
E depois voltavam ao caminho e havia muitas barreiras a vencer.

Arriscar

Abril 27th, 2009

Fomos até ao limite. Mais um passo e seria a morte. Foi arriscado e perigoso, mas profundamente recompensador.
Caminhamos num arame sem rede, sobre leões famintos, sobre tanques em chamas, debaixo de rajadas de metralhadoras, mas sobrevivemos.
Jogamos todos os trunfos, apostamos cegamente, mas ganhamos a partida.
Foi uma loucura, um acto de completo desespero, mas de profunda entrega.
Arriscar vale a pena…

António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.