António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

Lápis

Outubro 11th, 2008

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Um dia
Voltei a escrever a lápis
Desliguei o computador
Desfiz-me da velha caneta

O lápis é genuíno
O lápis é melhor do que a vida
O lápis pode ser apagado
Tem consigo o estigma do rascunho

O lápis é natural
Naturais moléculas de carbono

O lápis é musical
Haverá som mais…
Mais…
Irrequieto que um lápis a dançar no papel?

O lápis morre
Vai escrevendo
Vai mingando
Vai ficando mais nosso
Como se ao imprimir-se no papel
Se transformasse num órgão do nosso corpo

Um dia
Voltei a escrever a lápis
Ele estava ali
E guiado por um impulso peguei nele

Estava tão afiado
Que de imediato
Abri o caderno e risquei
Risquei
Risquei
Risquei

Escrevi uma dezena de disparates
Com o lápis
Sobre o lápis
Sobre o papel

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