Legalmente, Pinto da Costa é um homem inocente. Terá sido uma decisão justa? Para mim foi, mas quem sou eu para questionar uma decisão do tribunal? Vivemos num Estado de Direito em que existem 3 Órgãos de Soberania, independentes uns dos outros, cada um com as suas funções: o Presidente da República, a Assembleia da República e os Tribunais. Até agora, todas os processos contra o FCP e PC que foram parar aos Tribunais, um órgão de soberania, “bateram no poste”.
O engraçado nisto é a postura dos nossos adversários:
– “têm-se safado até agora, mas quando isto for a tribunal o PC não escapa”
– “os tribunais em Portugal não valem nada… quando isto for parar à UEFA é que vai ser!”
– “até na UEFA o PC tem influência! quando isto chegar ao tribunal arbitral do desporto… eles vão ver!”
Ou seja, de organismo em organismo, de decisão em decisão, em Portugal e no Estrangeiro, não houve uma única condenação… Minto, há a condenação do Sr. Ricardo Costa, que faz lembrar aquela mãe que ao ver o filho a marchar na tropa exclama: “1500 soldados e só o meu filho é que vai bem!”
É ridícula… mas tem sido esta a postura das instâncias desportivas portuguesas, que descredibilizam decisões de Órgãos de Soberania e continuam orgulhosamente sós numa campanha contra o FCP.
Depois, eles argumentam com a legalidade da prova mas isso só confirma a pouca força da acusação. Ou seja, se as acusações contra o FCP tivessem verdadeiro e sólido fundamento, existiriam mais provas para além das escutas. Desconhecendo eu o processo, as únicas provas apresentadas em público foram as ditas escutas que, por si só, pouco ou nada provam e o livro da Carolina Salgado. Haveria mais provas? Se sim, seriam também fracas. Se não, confirma-se que a acusação tinha pouca força.
Tudo isto, confirma que, todos estes processos movidos contra o FCP são uma obstinação de alguém porque, ninguém em seu perfeito juízo, move processos sem uma base de argumentação sólida.
Para além de tudo, no processo que hoje terminou, nem sequer foram apresentadas a prova as ditas escutas. A única “prova” era um depoimento contraditório, de uma testemunha pouco ou nada credível, sendo que, o dito processo foi reaberto na sequência da edição de um livro. Ora, nesse livro, a autora confessa um crime: “fui eu quem mandou espancar o vereador da Câmara de Gondomar”. Pergunto eu, como é que o Ministério Público, com base no livro, abre processos contra o PC e não abre contra a Carolina Salgado, autora confessa de um crime de atentado à integridade física?
Haveria algum acordo secreto entre Carolina Salgado e o Ministério Público? Tipo “dizes tudo o que sabes e a gente não te acusa?” Mesmo “à filme americano”.
Não sei.
O que os portistas questionam é a dualidade de critérios existente neste país e isso é um facto: nas capas de jornais, nas televisões, até mesmo no facto de terem nomeado uma Procuradora especial para perseguir o FCP. O mais caricato neste facto é que a dita procuradora está casada com um reputado fiscalista envolvido num processo de corrupção. No mínimo.. irónico.
Portanto, neste momento, tudo o que existe sobre o FCP é aquilo que sempre existiu, a partir do momento em que um “pequeno clube da província” afrontou o confortável “status quo” do futebol português. Um pequeno clube que afrontou a alternância saudável entre os clubes da capital.
Um pequeno clube que, ao fim de quase 40 anos acabou por provar ser muito mais do que isso. Tornou-se (apesar de muitos o quererem negar) um símbolo de uma região e de um povo, historicamente habituados ao sofrimento e à discriminação face aos centros do poder. O FCP é, neste momento, uma das marcas portuguesas com mais sucesso. Pode não ter tanta notoriedade como o SLB mas, “empresarialmente” falando, é muito superior. E isto irrita as elites de Lisboa.
Mas isto são outras histórias.
Tudo o que existe é o que existia antes. Antes mesmo de PC aparecer no mundo do futebol. E tudo o que continuará a existir quando ele se for embora.
O essencial é que as várias tentativas de meterem Pinto da Costa na cadeia e descredibilizarem os êxitos desportivos do FCP têm caído por terra.
Mas está visto que os nossos adversários não se rendem. Vão continuar… e nós também!
No dia em que conseguirem provar tudo o que se diz, sou o primeiro a dar a mão à palmatória e a ter vergonha por ter um presidente corrupto no meu clube.
Mas, enquanto esse dia não chegar e, espero eu, que nunca chegue, continuarei a ter o mesmo orgulho em ser do FCP!
Viva o FCP!
Viva Pinto da Costa!
Pingback/Trackback
António Pinheiro » Ainda as famosas “escutas”