António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

Amor nas Catacumbas

Abril 6th, 2009

Iluminaste com o teu sol
Aquele recanto escuro
Em que nem a luz da lua penetrava
Nem uma única estrela brilhava

Era apenas o toque da tua boca
Das minhas mãos
Da tua pele
De dois corpos
Flutuantes na escuridão

Rendi-me ao teu ser
Como sempre me rendi
E rendido me entreguei
À força das tuas mãos
Que como garras me prenderam
E sugaram-me o ar
O sangue
O sémen

O meu corpo abandonei ao teu
E aquele amor que me dizias
Era finalmente tão real
Tão forte e tão profundo
Tão sentido e vivido

Era loucura
Era desejo
Era saliva e suor
Perdidos num beijo
Repetido e repetido

Senti-me explodir
Senti-me morrer
Desfalecer
Desaparecer

Caí por terra
Ainda preso pelas tuas garras
Gritei
Ri e chorei

Éramos agora gestos indecisos
E aquele intenso ardor na pele

Caídos por terra ficamos
Amados
Suados

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