António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

Frases Parvas do Hi5 – Capítulo I

Maio 9th, 2009

Caros amigos,

Há dias, enquanto navegava pelo Hi5, reparei que há utilizadores que na parte “Edita o teu estado” escrevem autênticas pérolas de humor, azeiteirice, pirosice e disparate.

Resolvi compilar uma série de delas, que irei publicar ao longo de vários capítulos.

Cá ficam as primeiras cinco.

Aviso já que as frases foram copiadas tal e qual como se encontram no Hi5. Por isso, os erros ortográficos e os atentados à Língua Portuguesa não são da minha autoria.

Divirtam-se:

Frase 1:
“cansado de tudo!!!”

Comentário: O desabafo! Muito típico no Hi5, qual muro das lamentações, quais psicólogos! Tens problemas? Partilha com todo o Mundo!

Frase 2:
“Fotos novas! Comentem por favor!”

Comentário: A típica dica publicitária, normalmente usada por pitas que colocam fotos em bikini, fotos semi-nuas tiradas no quarto, ou no WC, em frente ao espelho, ou as fotos que tiraram com as amigas no intervalo grande. Fotos normalmente tiradas de cima para baixo, com a boquinha em forma de beijinho e as carinhas bem fofinhas encostadinhas. Vomito com tanta fofurice…

Frase 3:
“acredita no que possas a vir ser””

Comentário: O conselho! Gosto deste pessoal com tendência para a psicologia de vão de escada, sempre nos ajudam a poupar uns cobres. Não imaginam as crises existenciais que eu já resolvi enquanto navego no Hi5.

Frase 4:
“Enkuanto me tives-te… sonhas-te! agora morre!”

Comentário: Corações destroçados! Já repararam que muita gente usa o Hi5 para travar autênticas guerras passionais? É o caso desta nossa amiga. Reparem na dor, na mágoa, no ódio… terrivelmente dramático!

(Repararam também que, em seis palavras, três estão com erros ortográficos?)

Frase 5:
“a minha irma sempre mais chata !ontem hoje e amanha!”

Comentário: Depois das zangas de namorados, as zangas familiares. Deve ser difícil ter uma irmã (ou será irma?) chata. Ainda bem que sou filho único
Não percam, nos próximos dias, mais cinco frases espectaculares! Fiquem atentos.

Um conselho para os bandidos!

Maio 8th, 2009

Vi hoje na televisão uma senhora de Setúbal indignada com a polícia. A senhora, familiar ou amiga de um marginal que foi morto semana passada enquanto praticava um crime, dizia:

“A polícia não havia de disparar para a cabeça! Há outros sítios para onde podem disparar!”

Realmente… é preciso ter lata: está uma pessoa descansadinha a cometer um crime e vem a polícia… pumba! Dá-nos um tiro na cabeça, quando poderia disparar para outro sítio qualquer! Já não se pode trabalhar neste país!

Conclusão: a vida de criminoso é dura e perigosa.

Pois eu tenho uma dica para todos os criminosos:

– a melhor maneira de evitarem levar com balázios na cabeça é… não cometer crimes!

Ok, eu sei que é difícil arranjar um emprego decente nos dias de hoje, mas isso não é desculpa para desatarem a assaltar caixas de multibanco, gasolineiras e ourivesarias.

Já ouviram falar em trabalhar?

É muito fixe! Temos coisas para fazer, normalmente úteis para a sociedade, pagam-nos ao fim do mês e, a menos que se trabalhe num banco, numa gasolineira ou numa ourivesaria, não estamos sujeitos a levar com tiros na cabeça!

Que acham da ideia?

Eu acho porreiro, mas vocês é que sabem se querem continuar a arriscar a levar com tiros na cabeça e deixar estas senhoras simpáticas, que gostam de vocês, indignadas ou, levar uma vida mais ou menos tranquila.

Crónicas de Crestuma, o Centro do Mundo – III

Abril 25th, 2009

O texto que abaixo transcrevo é o discurso que fiz hoje de manhã na Sessão Solene das Celebrações do 25 de Abril em Crestuma:

“35 anos depois da Revolução dos Cravos, constatamos, com alguma amargura, que Portugal ainda tem muito que aprender, no que diz respeito à Democracia e às suas boas práticas. De facto, a política portuguesa ainda denota  resquícios do poder ditatorial, uma tendência para o desrespeito e mau uso das instituições democráticas e uma compreensão errada daquilo que foi a maior conquista de Abril: a liberdade de expressão.

Normalmente, neste tipo de cerimónias prefere-se a exaltação dos valores democráticos e de tudo de bom que Abril nos trouxe como se, 35 anos depois, vivêssemos num mar de rosas político.

Contudo, hoje prefiro aqui recordar-vos que, infelizmente, o panorama democrático nacional não é tão risonho, como muitos insistem em pintar. A democracia portuguesa sofre, quase que diria mesmo, agoniza e, ironia do destino, é com o aproximar de actos eleitorais que se vê o quão pobre é a nossa democracia. A culpa não é da democracia em si, mas de todos aqueles que dela se aproveitam, usam e abusam, para atingir fins pessoais, esquecendo que é para servir o povo que a democracia existe. Foi a pensar no povo que, em 25 de Abril de 1974, um grupo de homens materializou o anseio de Portugal pela Liberdade.

Actualmente, vivendo o nosso país uma recessão económica que há muito não se via, com crises sociais a começarem a vir ao de cima, com o descontentamento da população a aumentar de dia para dia, somos confrontados com posturas inflexíveis e autistas por parte dos nossos políticos quando, o bom senso e as boas práticas democráticas sugerem exactamente o oposto: saber ouvir e saber dialogar.

Num dia diz-se “o povo é quem mais ordena”, mas no dia seguinte ignoramos e desvalorizamos uma manifestação com centenas de milhares de pessoas;

um dia dizemos “foi o povo que escolheu”, mas no dia seguinte, deita-se ao desprezo toda uma classe profissional importantíssima para o progresso do país, como são os professores;

uma dia falamos em “pluralismo democrático”, mas no dia seguinte castigamos alguém por contar uma anedota, fazendo corar de vergonha o lápis azul da censura e fazendo revirar no túmulo aqueles que morreram pela liberdade.

Estamos perante sinais claros daquilo que é o poder pelo poder.

Depois, há os casos de total falta de respeito pelas instituições que Abril conquistou e ofereceu aos portugueses, principalmente no poder mais perto das populações, o poder autárquico.

Um dia, afirma-se não ter tempo para participar nas Assembleias de Freguesia, mas no dia seguinte já se é candidato a mais um mandato, ou até mesmo a  Presidente de Junta.

Um dia, alguém assume-se como candidato ao poder, mas, no dia seguinte, perdendo as eleições, não tem a dignidade e a postura ética de aceitar o lugar que o povo lhe atribuiu na oposição.

Não será isto, também, a procura do poder pelo poder?

São também exemplo da falta de princípios e valores democráticos, aqueles que usam as instituições políticas que Abril conquistou e nos ofereceu, não para ajudarem ao desenvolvimento das populações, não para promoverem a educação, a cultura, o bem-estar, mas apenas com o único objectivo de travarem guerras pessoais, concretizar planos de vingança, exorcizar ressabiamentos antigos, descredibilizar e ridicularizar os seus pares na praça pública. Há quem utilize as conquistas de Abril para proveito próprio ignorando de forma medíocre as necessidades da população que se propõem a servir. Incentiva-se a instabilidade, a maledicência e a demagogia e usa-se o eleitor como arma em desproporcionadas guerrilhas pessoais e políticas.

Mas, como cantou Zeca Afonso e toda uma geração “o povo é quem mais ordena” e, mais cedo ou mais tarde, os “cavalos de Tróia” desmontam-se e os traidores são desmascarados, porque, como diz o povo na sua imensa sabedoria, “a verdade vem sempre ao de cima”.

Há também os especialistas na implementação de micro-ditaduras em colectividades e associações, usando a nobre causa do associativismo, para outro tipo de fins, não tão nobres, delapidando ferozmente a herança histórica dos seus antecessores e, levando, muitas vezes, instituições seculares ao desaparecimento.

Por fim, há aqueles que abusam da liberdade de expressão para lançar a calúnia, escondidos sob a covarde capa do anonimato. Criticam tudo e todos, sem apresentarem uma ideia, um projecto, uma alternativa e, mais grave de tudo, sem apresentarem o próprio rosto!

Todos estes exemplos, bem concretos e reais da nossa sociedade actual, alguns deles bem próximos da nossa pequena Vila de Crestuma, são o exemplo de que a revolução ainda não terminou. Parece estranha esta afirmação vinda de uma coligação de direita mas, a liberdade, não tem esquerda nem direita; a ética, não tem esquerda nem direita; os princípios políticos e humanos não têm esquerda nem direita.

É contra tudo isto, senhoras e senhores, que a Coligação Gaia Na Frente se propõe continuar a lutar, como tem feito até aqui, nos últimos quatro anos.

Com uma postura séria perante a política e perante a democracia, sem embarcar no populismo fácil que outros adoptam. Estamos orgulhosos e de consciência tranquila com o trabalho realizado e que está à vista de todos, mas sempre com a consciência de que podemos, e devemos, fazer mais e melhor.

Trabalhamos por uma sociedade mais justa e igual em que os políticos sirvam as populações e não o contrário.

Trabalhamos por uma sociedade guiada pela coerência ética e pela honestidade intelectual.

Trabalhamos, porque o projecto daquela madrugada de há 35 anos atrás está longe de estar terminado, mas compete a cada um de nós, nas nossas vidas, nas nossas opções, na nossa interacção com o Mundo, fazer o verdadeiro 25 de Abril.

VIVA O 25 DE ABRIL!
VIVA CRESTUMA!
VIVA PORTUGAL!”

Mas afinal…

Abril 15th, 2009

Há alguns anos atrás, da primeira vez que o Dr. Luis Filipe Menezes se candidatou à Câmara Municipal de Gaia, a principal arma do PS contra o candidato do PSD foi: “Esse homem não é de Gaia! É um pára-quedista!”

No entanto, o candidato que o PS apresenta às Autárquicas de 2009, também não é Gaiense. Pessoalmente, não tenho nada contra isso. Quem é competente, é competente em qualquer lado. Contudo, penso que a estrutura do PS-Gaia demonstra aqui uma enorme falta de coragem, principalmente Eduardo Vitor Rodrigues, que passou os últimos quatro anos a descascar no Dr. Menezes.

O mais natural não seria ele próprio enfrentar o combate nas urnas?

Não sei… é uma questão que fica.

Ainda as famosas “escutas”

Abril 11th, 2009

1 – Diz o meu amigo Indy que a justiça em Portugal é uma vergonha. Concordo! Só num país como Portugal é que andam os tribunais a perder tempo e dinheiro com base num livro escrito por uma prostituta. Em qualquer outro país civilizado, o ninguém com o mínimo de bom senso reabriria um processo, anteriormente arquivado, com base no “depoimento” de alguém sem o mínimo de credibilidade. Só num país como Portugal, se movem processos com base na pura perseguição a pessoas, instituições, símbolos, povos de uma determinada região.

2 – Diz também o Indy que, no caso do “Apito Dourado” ainda não viu ninguém do FCP a desmentir as famosas escutas. Eu não desminto, porque não as conheço. Por isso mesmo, resolvi fazer uma pesquisa na net. Procurei, procurei, procurei as tão faladas escutas do Pinto da Costa. Ao fim de duas horas a chafurdar no Google, o máximo que consegui encontrar foi o texto que abaixo transcrevo num blog de fãs do Sporting:

As escutas telefónicas da PJ a Pinto da Costa :
“SALADA DE FRUTAS”

António Araújo (AA) – Ó senhor presidente, eu…eu…ligaram para mim a pedir-me fruta para logo á noite. Posso levar a fruta á vontade ?

Pinto da Costa (PC) – Já, foi mandada

AA – Mas a fruta é para dormir!… É o homem que vai ter consigo de tarde, o JP, é um rebuçado para logo á noite…

PC – Diga que sim senhor.

AA – Só estou a dar-lhe… a dar conhecimento, ao presidente, senão isso fica…é que eu…é que eu estou sempre a dispor, a dispor, também não há necessidade!

3 – É óbvio que se trata de uma conversa abstrata que pode ter 1.001 interpretações. Afirmar que Pinto da Costa é corrupto com base neste esquisito diálogo é um acto de desonestidade intelectual e má-fé.

4 – Outra coisa que vários Benfiquistas e Sportinguistas têm dito ultimamente, é que “toda a gente sabe que o PC é corrupto”. Mas, quando eu pergunto “e provas?” eles remetem-me para as tais escutas. Eu pergunto novamente “mas o que dizem as escutas?”. Resposta: “dizem que o PC é corrupto.”
Ou seja, nem eles sabem o que dizem as escutas mas, no entanto, afirmam com toda a certeza que o PC devia ir preso.

5 – Mais uma vez se prova a fragilidade de todas as acusações movidas contra PC e o FCP (ver o meu post anterior sobre esta matéria). Acusações construídas com base em mitos populares, fomentados pelos poderes de Lisboa, sem provas, sem credibilidade, sem matéria de facto. Já para não falar no ridículo de irem a tribunal com um jogo em que, quem foi roubado, foi o FCP!

6 – Contudo, mesmo perante todas as evidências jurídicas e legais, eles vão continuar a falar de “fruta”, envelopes, apitos, para explicar os seus fracassos desportivos, época após época, treinador após treinador, presidente após presidente.

7 – Esta semana um amigo meu, portista, dizia, comentando o castigo aplicado ao Lisandro López: “acho muito bem que o Pinto da Costa roube! Só roubando é que conseguimos competir em pé de igualdade com o Benfica e com o Sporting!”

No further questions your honor

FCP 3 – Morgado 0

Abril 4th, 2009

Legalmente, Pinto da Costa é um homem inocente. Terá sido uma decisão justa? Para mim foi, mas quem sou eu para questionar uma decisão do tribunal? Vivemos num Estado de Direito em que existem 3 Órgãos de Soberania, independentes uns dos outros, cada um com as suas funções: o Presidente da República, a Assembleia da República e os Tribunais. Até agora, todas os processos contra o FCP e PC que foram parar aos Tribunais, um órgão de soberania, “bateram no poste”.

O engraçado nisto é a postura dos nossos adversários:

– “têm-se safado até agora, mas quando isto for a tribunal o PC não escapa”

– “os tribunais em Portugal não valem nada… quando isto for parar à UEFA é que vai ser!”

– “até na UEFA o PC tem influência! quando isto chegar ao tribunal arbitral do desporto… eles vão ver!”

Ou seja, de organismo em organismo, de decisão em decisão, em Portugal e no Estrangeiro, não houve uma única condenação… Minto, há a condenação do Sr. Ricardo Costa, que faz lembrar aquela mãe que ao ver o filho a marchar na tropa exclama: “1500 soldados e só o meu filho é que vai bem!”

É ridícula… mas tem sido esta a postura das instâncias desportivas portuguesas, que descredibilizam decisões de Órgãos de Soberania e continuam orgulhosamente sós numa campanha contra o FCP.

Depois, eles argumentam com a legalidade da prova mas isso só confirma a pouca força da acusação. Ou seja, se as acusações contra o FCP tivessem verdadeiro e sólido fundamento, existiriam mais provas para além das escutas. Desconhecendo eu o processo, as únicas provas apresentadas em público foram as ditas escutas que, por si só, pouco ou nada provam e o livro da Carolina Salgado. Haveria mais provas? Se sim, seriam também fracas. Se não, confirma-se que a acusação tinha pouca força.

Tudo isto, confirma que, todos estes processos movidos contra o FCP são uma obstinação de alguém porque, ninguém em seu perfeito juízo, move processos sem uma base de argumentação sólida.

Para além de tudo, no processo que hoje terminou, nem sequer foram apresentadas a prova as ditas escutas. A única “prova” era um depoimento contraditório, de uma testemunha pouco ou nada credível, sendo que, o dito processo foi reaberto na sequência da edição de um livro. Ora, nesse livro, a autora confessa um crime: “fui eu quem mandou espancar o vereador da Câmara de Gondomar”. Pergunto eu, como é que o Ministério Público, com base no livro, abre processos contra o PC e não abre contra a Carolina Salgado, autora confessa de um crime de atentado à integridade física?

Haveria algum acordo secreto entre Carolina Salgado e o Ministério Público? Tipo “dizes tudo o que sabes e a gente não te acusa?” Mesmo “à filme americano”.

Não sei.

O que os portistas questionam é a dualidade de critérios existente neste país e isso é um facto: nas capas de jornais, nas televisões, até mesmo no facto de terem nomeado uma Procuradora especial para perseguir o FCP. O mais caricato neste facto é que a dita procuradora está casada com um reputado fiscalista envolvido num processo de corrupção. No mínimo.. irónico.

Portanto, neste momento, tudo o que existe sobre o FCP é aquilo que sempre existiu, a partir do momento em que um “pequeno clube da província” afrontou o confortável “status quo” do futebol português. Um pequeno clube que afrontou a alternância saudável entre os clubes da capital.

Um pequeno clube que, ao fim de quase 40 anos acabou por provar ser muito mais do que isso. Tornou-se (apesar de muitos o quererem negar) um símbolo de uma região e de um povo, historicamente habituados ao sofrimento e à discriminação face aos centros do poder. O FCP é, neste momento, uma das marcas portuguesas com mais sucesso. Pode não ter tanta notoriedade como o SLB mas, “empresarialmente” falando, é muito superior. E isto irrita as elites de Lisboa.

Mas isto são outras histórias.

Tudo o que existe é o que existia antes. Antes mesmo de PC aparecer no mundo do futebol. E tudo o que continuará a existir quando ele se for embora.

O essencial é que as várias tentativas de meterem Pinto da Costa na cadeia e descredibilizarem os êxitos desportivos do FCP têm caído por terra.

Mas está visto que os nossos adversários não se rendem. Vão continuar… e nós também!

No dia em que conseguirem provar tudo o que se diz, sou o primeiro a dar a mão à palmatória e a ter vergonha por ter um presidente corrupto no meu clube.

Mas, enquanto esse dia não chegar e, espero eu, que nunca chegue, continuarei a ter o mesmo orgulho em ser do FCP!

Viva o FCP!
Viva Pinto da Costa!

António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.