António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

Crónicas de Crestuma, o Centro do Mundo – VI

Junho 18th, 2009

As eleições aproximam-se e Crestuma começa a dar que falar. E quem fala muito, para além de comentadores cada vez menos anónimos, são os candidatos ao poder.

Pode-se ler algures que é necessária uma ligação da urbanização da Marroca ao centro da freguesia… Pois, eu conheço três que utilizo com frequência… eu e centenas de Crestumenses!

A não ser que alguém esteja a pensar em algo mais “fashion”, tipo teleférico, metro de superfície, coche, slide, pista de gelo artificial ou afins. Não sei…

Chego à conclusão que os políticos, ou pseudo-políticos, são como os adolescentes candidatos à AE da Secundária:

– “Nós, se formos eleitos, vamos realizar bué de iniciativas! E vamos fazer cenas fixes para toda a malta! E depois fazemos cenas ainda mais fixes!”

Agora a sério: respeitem o eleitorado e não insultem a nossa inteligência.

Crónicas de Crestuma, o Centro do Mundo – V

Junho 14th, 2009

Recentemente, recebi em minha casa o Boletim Informativo que, com toda a propriedade, documenta em 16 páginas, com textos e fotografias, as obras e actividades realizadas nos últimos três anos e meio.

Pensei: “ainda bem que este documento veio a público para ver se as pessoas apreciam o trabalho difícil que a Autarquia teve nos últimos anos”.

Contudo, mesmo perante as evidências, mesmo perante provas (o referido documento tem fotos!), há gente que insiste em afirmar:

“a Junta não fez nada”

Bolas! Chego à conclusão que, se a Junta não fez nada, tudo aquilo que eu vejo diariamente nas ruas desta vila deve ser uma alucinação!

O meu whiskey ‘tá marado!

P.S. – Não me venham dizer que as pessoas têm direito à sua opinião. Estamos a falar de factos e, contra factos, não há argumentos. Ter direito à opinião seria dizer:  “a Junta deveria ter feito mais” ou “não concordo com o que a Junta fez” ou “se fosse eu fazia de outra maneira”. Agora, dizer que não se fez nada ou é falta de discernimento, ou é desonestidade, ou é simplesmente estupidez.

As Europeias, o B.E. e o carro do Louçã

Junho 13th, 2009

Perante o bom resultado do B.E. nas Eleições Europeias a minha mulher exclamou indignada: “está tudo doido!” Ela não compreende como há tanta gente a votar num partido de extrema esquerda. De facto, se é grave a ascensão de partidos de extrema direita um pouco por toda a Europa, não deixa de ser menos grave a ascensão de um partido de extrema esquerda em Portugal. A História provou que os extremos, quer de um lado, quer de outro, nunca fizeram bem a ninguém.

Mas como explicar estes resultados, por parte de um partido ideologicamente vazio?

1º – As duas grandes referências políticas nacionais, PS e PSD, estão cada vez mais iguais e a História recente demonstra que estando um, ou outro, no poder, pouco se reflecte na vida quotidiana dos portugueses

2º – O Partido Comunista parou em 1974.

3º – O CDS, apesar de ter um discurso político interessante e de defender causas importantes, tem um líder pouco credível.

4º – Sobra o Bloco.

Para além de tudo isto, o Bloco tem um discurso “fixe”, ou seja, diz às pessoas aquilo que elas querem ouvir:

– diz aos jovens que fumar charros é fixe;

– diz às mulheres que abortar é fixe;

– diz aos imigrantes que podem entrar e andar no nosso país à vontade, a assaltar carros nos semáforos e afins;

– diz aos homossexuais que podem casar e adoptar crianças e que tudo isso é muito fixe;

– diz aos criminosos que eles são fixes, que cometer crimes é fixe e que os tipos da polícia são uns “mete nojo”.

Ou seja, em poucas machadadas mata muito coelho eleitoral e manda dois deputados para Bruxelas.

Felizmente, estamos tranquilos, porque esses dois deputados vão renunciar ao chorudo salário proveniente do Capitalismo Europeu e vão dar esse dinheiro aos pobrezinhos!

P.S – Descobri outro dia que Francisco Louçã conduz diariamente um Audi topo de gama, daqueles em meia dúzia de quilómetros esvazia um poço de petróleo. Da próxima vez que eu ouvir este senhor falar em questões como despesismo, sinais exteriores de riqueza ou políticas ambientais, vou-me rir… ai vou, vou!

António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.