António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

O cão não faz mal!!!

Março 6th, 2009

Como os meus amigos mais próximos sabem, o meu grande medo, terror, pavor, fobia, a minha kriptonite, são os cães!
Grande ou pequeno, de raça ou rafeiro, quando vejo um destes monstros de quatro patas, fico gelado.
É a minha fobia e exijo que a respeitem! Se, há gente que tem pavor a aranhas, um simpático bicharoco que não ladra e que, em meio segundo, pode ser esmagado com os pés, eu posso ter pavor de animais que ladram, mordem, arranham e são potenciais assassinos, certo?

Mas, pior que os cães, são os donos com as suas negligentes frases:

“Ele não ferra!”
“Entre à vontade que ele não faz mal!”
“Ele só quer brincar…”

O mais engraçado, é que, normalmente, estas frases são proferidas à distância, enquanto o cão prepara-se para atacar o visitante, rosnando e ladrando. E o dono o que é que faz? Nada! Porquê? Porque o próprio dono tem medo e não é capaz de agarrar o seu próprio animal, limitando a gritar, sempre a uma distância razoável:

“Ó Bóbi pára com isso! Deixa o senhor entrar”
“Não ligue, ele não costuma ser assim… só quer brincar”
“Não mostre medo… se não mostrar medo, ele não lhe faz nada!”

Depois de termos conseguido ultrapassar o feroz “segurança”, vem a parte que me faz vomitar:

“A culpa foi sua. Deve ter feito alguma coisa que o enervou. É um cão tão meiguinho!”
“De certeza que mostrou medo. Os cães sentem o medo!”
“O cão não gostou de si…”

Quer dizer: eu quase morro de susto, um cão tenta-me morder, e a culpa é minha?

E depois, há os homens com pénis pequenos que, para compensar o diminuto tamanho do órgão reprodutor, passeiam pela rua com cães de grande porte, como “pitbulls”, “rotweillers”, “dobermans”, etc.

Quando vejo um gajo com um cão destes, tenho a certeza: “pénis pequeno!”

Ou então, uma alta estima muito baixa. Um homem com personalidade, amor-próprio, boa auto-estima, não precisa de um cão para se exibir.
Os tipos que exibem os cães ferozes fazem-me lembrar aqueles putos cobardolas que gostam de passear ao lado dos irmãos mais velhos.

Eu sei que o pessoal gosta de ter cães, ou para compensar uma disfunção sexual, ou para fazer companhia, ou porque são fofinhos. Tudo bem… há que respeitar! Mas respeitem também quem não gosta dos “bóbis”. Metam-nos na casota, não os deixem andar à solta, usem sempre a trela e o açaime, ok?

Obrigado.

Crónicas de Crestuma, o Centro do Mundo – II

Março 3rd, 2009

Nunca pensei voltar a escrever sobre este tema tão rapidamente mas, ainda hoje, numa rua cá do burgo, deparei-me com mais uma situação digna de registo.

Recentemente, a Junta de Freguesia de Crestuma teve a feliz ideia de demarcar lugares de estacionamento na zona da Igreja Paroquial! Espectacular! Seria uma forma eficaz de organizar o estacionamento caótico que se gera nesta zona durante determinadas celebrações.

Hoje, quarta-feira, 20h: uma Missa de Sétimo Dia, com muita gente.. logo muitos carros! Estavam estacionados nos lugares demarcados pela Junta de Freguesia???? Não! Esses lugares estavam vazios. E pergunta o leitor: “ó António, onde estavam os carros?” Eu respondo: uns estavam todos mal estacionados no largo da Igreja, em segunda e, até mesmo terceira fila; outros estavam num local de estacionamento proibido. Ou seja, passar pela zona da Igreja de Crestuma, hoje, entre as 20h e as 20h30, era um teste à nossa perícia enquanto condutores.

Felizmente, esta já é uma rua larga! (*para perceber esta última frase ler o post anterior…)

Crónicas de Crestuma, o Centro do Mundo

Março 2nd, 2009

Há uns anos atrás, quando alguém ridicularizava a vila de Crestuma, outro alguém respondeu: “Crestuma? Crestuma é o Centro do Mundo!”

E eu guardei para sempre essa frase.

Bem, inauguro hoje um espaço, dentro deste meu espaço, para relatar alguns episódios mais ou menos curiosos, mais ou menos interessantes, que se vão passando aqui por Crestuma.

1 – O meu amigo Indalécio costuma gozar com a largura das ruas de Crestuma. Eu sei que ele não faz por mal. Até porque ele sabe que nos últimos anos várias vias têm sofrido obras de beneficiação e alargamento, de tal modo que Crestuma já vai tendo algumas ruas bem largas! Tão largas que, algumas delas permitiram que se construíssem passeios dos dois lados! Pois bem, foi numa dessas ruas bem largas, com confortáveis passeios dos dois lados, que encontrei umas simpáticas senhoras a passearem, não nos ditos passeios, mas bem no meio da estrada! Ou seja, fui obrigado a desviar-me, porque, mesmo sentindo a minha aproximação, as senhoras continuaram a ocupar metade da via. Felizmente a rua é, de facto, larga, se não eu teria de parar ou, em último caso, atropelar as simpáticas senhoras.

2 – Este fim de semana, realizou-se a primeira etapa do Campeonato Nacional de Trial em Crestuma, numa das zonas mais bonitas cá da terra – o já denominado “Parque do Castelo”. Para além da luxuriante paisagem verde, o Parque do Castelo oferece uma vista única sobre o Rio Douro. Aos pouquinhos, o Centro do Mundo lá vai aparecendo no mapa, mas ainda há quem considere tudo isto “supérfluo”.

Memórias de um beijo

Março 1st, 2009

Foi o beijo de uma vida. A meta e a chegada de um amor.
Começou com um olhar.
Não um simples olhar como dizem as canções de amor, mas um olhar profundo e que disse mais que muitas palavras vãs em momentos de embaraço.
Ele olhou-a e, só com os olhos, disse-lhe que a amava. Ela retribuiu o gesto. Então, sem abrir a boca, ele continuou… “O meu amor por ti é real, verdadeiro e quero amar-te para sempre…”
Ela sorriu e não desviou os olhos dele. Era o “sim”. “Posso beijar-te?”, perguntaram novamente os olhos escuros dele e os olhos azuis dela responderam, outra vez, “sim”.
Então foi a vez de os lábios falarem. Não com palavras, mas com um suave toque, e depois outro, e mais outro…
Ficaram unidos. Ele sentia aquele sabor doce e terno, como nunca sentira antes e uma fina corrente eléctrica percorria as suas veias. Queria retribuir aquela fantástica sensação e procurou-a com mais intensidade. Ela entregava-se àquela nova experiência e juntos fizeram o amor acontecer numa expressão única. Foi um momento eterno.
Depois dos lábios, as línguas tocaram-se timidamente. Seria de mais para o primeiro beijo? Nada é de mais quando nos amamos e aquele amor era mais forte que qualquer regra ou protocolo.
Adeus. Até amanhã.
Ela mal dormiu. Sempre que fechava os olhos era como se ele a beijasse novamente.
Ele toda a noite sonhou com aquele beijo.
No dia seguinte, mal esperaram para repetir durante largos minutos o escasso momento da noite anterior.
E hoje beijam-se, beijam-se, beijam-se… Mas cada beijo é tão puro, tão terno e doce como o primeiro…

Ecos da Saudade

Fevereiro 28th, 2009

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Eram separados pelo Mundo, pela Vida, por algo tão forte e incompreensível, que os obrigava a amarem-se sem se verem, sem se ouvirem, sem se cheirarem, sem se tocarem, sem se saborearem, unidos apenas pelo sentimento, por lembranças, pela intensa memória dos sentidos.
A distância, a ausência, aguçava-lhes ainda mais o ardor da paixão. Por não se verem, viam o amante constantemente, numa flor, numa estrela, no sol… Por não se ouvirem, escutavam-se nas músicas favoritas, partilhadas em segredo… Por não se cheirarem, cheiravam-se nos perfumes eternos, tatuados a fogo na paixão do último encontro… Por não se tocarem, tocavam-nos próprios corpos com as mãos imaginárias do outro… Por não se saborearem, sentiam ao adormecer o toque terno dos lábios do apaixonado…
Então, por vezes, o Mundo, a Vida, desapareciam e podiam ser eles os dois. Apenas os dois. Em beijos apocalípticos, destruíam o planeta em que viviam e, com a força de abraços infinitos, criavam um novo Universo. A fusão dos seus corpos, baralhando os sentidos que na saudade os uniam, era o despoletar de novas formas de vida. Viam sabores, ouviam cores, cheiravam beijos, tocavam sons e saboreavam odores. E, depois da euforia, depois de voarem pelas galáxias, desenhando sinfonias nas estrelas, caíam no cansaço. Repousavam no peito, trocando suaves beijos e preparando-se de novo para a saudade.
Regressariam ao Mundo, à Vida… E refugiavam-se nas memórias dos sentidos. Sós, distantes, perdidos mas, ao mesmo tempo, tão perto um do outro como se fossem um só.

Questões que me preocupam – II

Fevereiro 25th, 2009

Vamos falar da “Lusitana Paixão”.

Karaokes, concursos televisivos, concursos de talentos, casamentos, bailaricos… Há sempre alguém, normalmente uma mulher, a cantar a Lusitana Paixão” de Dulce Pontes…

Ok, a música é gira, terá sido uma das melhores classificações de sempre de Portugal na Eurovisão mas… porque é que têm que cantá-la aos berros e com aqueles vibratos semelhantes a um rebanho de ovelhas loucas? E há algumas que parecem guitarras eléctricas com a distorção ligada… rrrrrrrreeeeeeemmmmmmmm

Alguém me explica?

António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.