António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

O azar do Pepe, a sorte do Luisão.

Janeiro 15th, 2010

Lembram-se da propalada agressão do Pepe? 10 jogos de castigo. A opinião pública em fúria, querendo “queimar vivo” o rapaz.

Poucos meses depois, em solo nacional, há um acontecimento muito semelhante, practicamente igual…

O agressor não foi punido.

A opinião pública não se manifestou.

A comunicação social abafou o caso.

Até nisto estamos na cauda da Europa.

Aqueles que antes vieram pedir o “enforcamento” do Pepe, desta vez, ficaram caladinhos…

Se o Pepe joga-se em Portugal, tinha-se safado.

Se o Luisão joga-se em Espanha, estava f*****.

Ecos da Contenda – 2

Janeiro 11th, 2010

Bolas, como é difícil…
Procurar uma luz e não a ver.
Ter uma meta e não a atingir.
Querer um sonho e não adormecer.

Como dói sentir as pernas imóveis
Os braços gelados
Querer pensar e não conseguir
Não abrir os olhos
Não abrir a boca
Palavras presas
Pensamentos vazios

Mas tu
Guerreira de tantas batalhas
Que com o rosto em sangue
Pisaste os teus inimigos
pegas na espada.
Cerras os dentes.
E lutas.

Como sempre lutaste
E sempre venceste.

E vais vencer.

Porque nada te demove.
Porque eu sei quem és.
Fazes parte de mim.
E também eu fui à liça.
E contigo fui vencedor.

O suor pesa-te.
As feridas doem.
Mas o teu olhar.
Esse olhar que um dia o céu me deu.
É mais forte que tudo.

E depois…
Com o corpo por terra
Desfeito pelo cansaço
Vais sentir o meu abraço
Vais sentir que valeu a pena
E poderás, então, dormir
Repousar
Sonhar.

Post-it

Janeiro 9th, 2010

1 – Moura Santos nos Ídolos considera “lamentável” o projecto “Amália Hoje”. São opiniões. Talvez se tivesse sido ele a estar por trás da ideia, não achasse assim tão “lamentável”. Para mim, foi o melhor projecto musical português de 2009 e um marco na história da música. Como disse a Sónia Tavares numa brilhante entrevista: “as canções dos Amália Hoje não têm fado, mas os fados da Amália tinham muito pop.” Na verdade, já há muito que os belos poemas escritos para a Amália Rodrigues, mereciam uma roupagem mais colorida, épica e rica. Alain Oulman, Alberto Janes, agradecem.

2 – Moura Santos nos Ídolos chama “azeiteiros” e “foleiros” aos Anjos. Finalmente! O grito de “o Rei vai nú” na música portuguesa! Falta acrescentar mais uma data de gente a essa lista. Hoje apareceram mais uns na RTP, uns tais de “Apolo”. Em cinco minutos uma lição prática de como destruir grandes músicas em português.

3 – Os homossexuais já podem casar. Ontem, no exterior da Assembleia da República gritava-se “igualdade!”. Bem, pelo rumo que as coisas estão a tomar, daqui a uns tempos, serão os heterossexuais que terão que lutar por igualdade. O Bruno Nogueira, há uns anos atrás, fez um número de “stand-up” muito bom e visionário acerca deste assunto.

4 – Barack Obama, o Messias do século XXI, eleito universalmente, afinal parece que não é tão “bonzinho” como diziam. O Prémio Nobel da Paz afirmou esta semana “os EUA estão em guerra!”. Paradoxal. Mais paradoxal são as reacções dos “Barack fãs”. Se fosse o Bush a dizer isto, era estupidez. Como é o B.O., é uma tomada de posição… Será que é assim tão difícil de perceber que é mais do mesmo e que B.O. corre o risco de ser a maior fraude dos últimos anos? Espero estar enganado.

5 – Sérgio Sousa Pinto, provavelmente o político português mais asqueroso do pós-25 de Abril, voltou à ribalta (depois de anos em que ninguém soube dele) e cheio de estilo. Continua a dizer disparates, disfarçado de intelectual, mas continuam a ser disparates.

6 – Voltando ao casamento entre homossexuais… Para quem não, quando um casal vai ao Registo para casa, tem que deixar lá ficar uma pipa de massa em certidões, emolumentos e afins. Compreende-se agora que esta medida seja uma medida anti-crise. O Estado vai embolsar muito dinheiro à conta disto. “Venham mais cinco…”

7 – Voltando aos Ídolos, a concorrente Inês é a perfeita alegoria do estrelato. Não canta grande coisa, já mostrou que não passa daquilo, mas por ter aquela carinha engraçada está entre as preferidas do público. O Carlos é um azeiteiro.

8 – Vi no Facebook um senhor que dizia “Sou portuense, amo a Cidade do Porto, mas o meu clube é o Benfica”. É o mesmo que dizer, amo Portugal mas quero que a Espanha ganhe o Mundial.

9 – Sou só eu a achar estranho as coisas que se passam no túnel do Estádio da Luz? Ai se fosse no Dragão.

10 – Dou os meus parabéns à Primark. Apesar de ser uma loja “feira”, cuja estratégia passa pelo preço baixo, está de tal forma organizada que consegue manter altos níveis de civismo entre os seus clientes. Uma lição para as “sofisticadas” Zara e Bershka.

11 – O FCP não quis jogar com a Oliveirense, porque o relvado estava mau. É um facto. Mas o relvado do Estádio da Luz estava ao mesmo nível de degradação e, no entanto, o jogo realizou-se.

12 – Passaram 25 anos da morte de José Maria Pedroto. A minha esposa desconhecia a personagem e perguntou-me “quem é ele?”. Eu respondi: “é o Salgueiro Maia do futebol português”. Não fosse ele e, provavelmente, a esta hora os clubes da Capital ainda negociariam campeonatos.

13 – E por falar em clubes da capital, os Benfiquistas fartam-se de gozar com o momento actual dos vizinhos da segunda circular. Esquecem-se os descerebrados lampiões que. nos últimos 4 anos, o Sporting ficou à frente deles no campeonato.

14 – Olha os Anjos no Top+ com um azeiteiro brasileiro!

15 – Daniela Ruah está a fazer sucesso nos EUA. Como muitos portugueses, só lhe dão valor lá fora. Em Portugal não passava de mais uma menina girinha que aparecia nas novelas da TVI. Toma lá! Força miúda! Eu estou contigo!

16 – Ando a rever a Guerra das Estrelas (os primeiros filmes). O bom cinema é eterno.

Perguntem que eu respondo!

Janeiro 8th, 2010

Apareceu uma nova “cena” na Internet, chamada formspring.me: http://www.formspring.me

Basicamente, esta espécie de rede social, permite que os utilizadores coloquem questões uns aos outros, sendo que o questionamento pode ser anónimo.

Eu pensei: “Bolas! Isto é catita para alguns dos visitantes do meu site!”

Então criei uma conta e, agora, podem perguntar-me o que quiserem! Eu só respondo se me apetecer. As respostas são publicadas automaticamente no Twitter e no Facebook. Já viram que giro?

Portanto, cá fica o link para começarem a bombardear-me de questões: http://www.formspring.me/acrpinheiro

Agora, não me desiludam!

Foz

Janeiro 6th, 2010

Recebi-te no meu colo.

Ferida.

Triste.

Mas com aquele sorriso com o qual construímos histórias de magos e dragões.

Conseguias, no meio da dor, com sangue a manchar-te a pele, manter o mesmo sorriso e o mesmo olhar.

E foi aí que senti a força que tu precisavas.

O vento beijou-nos a pele, enquanto expulsávamos demónios presos em palavras inúteis.

O mar serviu-nos de abrigo,  enquanto o rio nos servia a ilusão.

Foi bom ter-te de novo.

Foi bom saber que não caíste.

Curar-te as feridas.

Lançar-te para ti.

Espero por ti de novo…

30

Dezembro 30th, 2009

É giro fazer anos no final do ano civil. Deste modo, podemos fazer um balanço de mais um ano de vida, em simultâneo com mais um ano passado.

Será uma feliz coincidência que, no ano em que eu completo 30 anos, também os Xutos completem 30 anos de carreira (obrigado Marisa pela prenda!) e o álbum The Wall dos Pink Floyd também comemore o seu 30º aniversário? Cresci lado a lado com duas, das minhas maiores referências.

Bolas… tanta coisa interessante aconteceu em 1979!

Regressando a 2009, não foi um ano fácil. Vários acontecimentos forçaram-me a um novo estilo de vida. Tive que refazer prioridades. Tive que fazer escolhas difíceis, abandonar projectos que ajudei a crescer e abraçar outros que precisavam da minha energia. Foi o “até sempre” à Let’s Groove (uma verdadeira escola!) e o abraçar da “La Belle Époque”. A “La Belle Époque”, na qual tenho o prazer de trabalhar com músicos que ajudei a crescer e que agora me ensinam tanto.

Foi um ano em que, sem qualquer compromisso, dei a cara por causas nas quais acreditava e acredito profundamente. Assumi convicções, o que me levou a criar algumas inimizades, mas de nada me arrependo e, se assim fosse preciso, faria tudo de novo.

Pela primeira vez (acho eu!), havia pessoas empenhadas em apanharem-me a jeito e darem-me uma coça. Em vez de medo, terei sentido orgulho… Mas já passou… espero eu!

Concretizei algumas aspirações de longa data. Juntamente com uma equipa de trabalho fantástica, levei a Banda Fórum – Filarmónica Portuguesa à Casa da Música. Quebramos vários mitos e, 3 anos depois do Europarque,  derrubamos barreiras. Uma sala cheia e em delírio.

Sempre insatisfeito, procurei mais e melhor para as “minhas” V.E. – pu-las a cantar acompanhadas por uma orquestra e o resultado está à vista. Mesmo com várias tentativas de boicote, com inúmeros problemas de última hora, o concerto foi um sucesso. Citando um amigo meu: “o que eram as V.E. há uns anos atrás e o que elas são agora…”

Um novo emprego com um desafio aliciante: ajudar uma empresa a nascer e a crescer.

Com os “Luvas de Amianto” e agora com os “Replay”, senti o prazer de criar e de viver o palco como nunca tinha vivido antes.

Vi pessoas queridas a atingirem os seus objectivos e a realizarem-se na vida: a Daniela vai ser Engenheira; a Delfina casou; a Duda tem emprego na área para a qual estudou; o Vitor fez a sua primeira maratona e lançou um livro; o Tony gravou o CD com a sua Let’s; o Indy, finalmente, canta as suas canções com uma banda de amigos e que toca de “olhos fechados”; o Fernando continua a ser Presidente da Junta; o Vasco lá continua como solitário trovador; o Rodolfo é maestro de uma banda; o Ivo é compositor; o Alexandre cresce alegremente a cada segundo; o Moura continua a ser um grande Maestro; o Tóquim o melhor barman do Mundo; a Andreia já é médica; o Jorge é incansável em todos os projectos que abraça; o Salomão entrou num novo desafio; o Professor Luís Macedo tornou-se para mim um modelo, um exemplo, um verdadeiro Mestre; a Telma sempre carinhosa e sonhadora, também entrou na faculdade; o Paulo sempre aquele amigo, com o qual as horas passam sem dar conta… e tantos outros a quem desejo tudo de bom!

Feliz acaso do destino, fui trabalhar para o mesmo sítio onde já trabalhava o meu grande amigo dos tempos da faculdade e agora podemos almoçar juntos quase todos os dias.

E podia citar tantos nomes, de pessoas que preenchem os meus dias…

Passou mais um ano e a vida continua.
A terminar esta crónica,  desejo a todos, mesmo àqueles que não gostam de mim, que sejam felizes!

30.

António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.