António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

A terminar o ano…

Dezembro 29th, 2011

A terminar:

a) Um pedido de perdão, sinceras desculpas, a todas as pessoas que consciente ou inconscientemente magoei, prejudiquei, maltratei, ofendi… Prometo, que farei um esforço por ser melhor. De verdade. Afinal… sou humano e, como toda a gente, erro…

b) Um agradecimento muito sincero a todos aqueles que, de uma forma ou de outra me apoiaram e estiveram do meu lado nos bons mas, principalmente, nos maus momentos. Graças a vocês nunca me faltou a força, nunca me senti só.

Vocês, melhor do que ninguém, sabem que não foi um ano fácil; sabem que, quando as coisas correm mal, quando erramos, é muito fácil apontar o dedo, criticar, julgar e depois optar pelo afastamento.

Mas, quem nos ama de verdade, quem de facto acredita em nós, está lá sempre, aconteça o que acontecer; compreende-nos na nossa totalidade humana e não apenas pelas atitudes menos correctas e pelos erros.

É um lugar comum dizer-se que é nas dificuldades que descobrimos quem, na verdade, gosta de nós. Talvez 2011 tenha sido o ano em que eu tenha feito essa descoberta…

Memórias de Natais passados

Dezembro 23rd, 2011

“Ó menino, anda tomar o leite e depois voltas p’rá cama…”.

Era assim que começavam as minhas férias de Natal. A voz doce da minha mãe vinha acordar-me, como fazia todos os dias, mas com a diferença de que, após tomar o pequeno-almoço, poderia voltar a dormir.

Regressado à cama, ligava o rádio e adormecia embalado pelo ambiente natalício emanado pelas ondas hertzianas.
Quando ainda criança, a primeira coisa que fazia quando, definitivamente, me levantava era ir a correr para o Presépio e ficar ali uns instantes a admirá-lo, imaginando que aquelas humildes figuras de barro ganhavam vida. Imaginava sons, diálogos, pensamentos…
Depois era agarrado pela televisão, onde abundavam os desenhos animados, mini-séries, filmes e especiais de Natal. Algumas vezes, a minha existência solitária de filho único era alegrada pela visita do Carlos.

Mais tarde, mais crescido, os dias de férias eram preenchidos na companhia do Paulo. Entre longas partidas de ténis de mesa, ou na mítica consola Atlantis, íamos matando o tempo, contando os dias até ao Natal…

Eram tempos em que o Natal era vivido segundo a segundo, com uma intensidade que só a ingenuidade pueril permite. Ando à procura dessa ingenuidade, ando à procura de um Natal em câmara lenta…

Concerto Coral-Sinfónico da Banda de Souto

Dezembro 14th, 2011

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Programa

“Celebration Fanfarre” – Steven Reineke

“Cantem os anjos” – M. Faria (arr.: Valdemar Sequeira)*

“Buffalo Dances” – Robert Smith

“Adeste Fidelis” – arr.: Valdemar Sequeira*

“Nessun Dorma” (p/ trombone solo) – Puccini (arr.: Valdemar Sequeira)

“Carmina Burana” – Carl Orff (arr.: Luis Cardoso)*

“Goddess of Fire” – Steven Reineke

“Triologia de Natal” – Valdemar Sequeira*

“Hallelujah” – Leonard Cohen (arr.: Bernaerts)**

* Com coro

** Com solista e coro

Os teus braços

Dezembro 6th, 2011

Há um lugar
Mágico, tranquilo e profundo
Onde nele me sinto
Dono do Mundo

Onde acalmo
Adormeço e sorrio

Onde respouso a alma
E adoço o espírito

Um lugar onde ganho força
E vontade para a luta

Onde me encontro comigo
E o teu peito me escuta

É onde destruo fantasmas
Conquisto castelos

É onde a felicidade é pura
E sem medos

E em mim deitas os teus olhos
e a tua pele é lençol

E vôo sem asas
Só com a certeza que jamais cairei
Pois nos teus braços me aprisionei…

O meu sorriso

Novembro 26th, 2011

Entreguei-te o meu sorriso
Fiz dele a tua roupa
Para que o possas usar
Sempre
Quando acordas e adormeces
Quando ficas sozinha
E mesmo
Quando estas comigo
Porque é tão bom
Ver-me sorrir em ti

Entreguei-te o meu sorriso
Abdiquei dele só por ti
Para que sintas que em ti sorrio
Para que sintas que por ti sorrio
Para que saibas que para ti sorrio

Entreguei-te o meu sorriso
Porque ele a ti pertence
Porque ele nasce em ti
Peregrino do nosso Amor
Voa entre nós e em ti repousa

Entreguei-te o meu sorriso…

O síndrome “pfff! pfff!”

Novembro 18th, 2011

O estado actual de Portugal pode facilmente ser ilustrado por uma metafórica anedota que nos chega dos tempos da Guerra Fria, à qual tomei a liberdade de chamar “Síndrome Pfff! Pfff!”.

Consta-se que, quando a saúde do líder soviético Leonid Brejnev se começou a deteriorar, juntou-se uma grande multidão na Praça Vermelha de Moscovo, em vigília, preocupada com o estado do seu governante.

Após horas de espera, nas varandas do Kremlin surge um dos assessores de Brejnev que anuncia:

– Camaradas! O nosso camarada Brejnev está muito doente! Para que ele sobreviva, será necessário que um de nós morra!

A multidão em delírio responde:

– Queremos Brejnev! Morra um de nós! Queremos Brejnev! Morra um de nós! Queremos Brejnev! Morra um de nós!

O assessor continua:

– Calma, camaradas! Basta que apenas um russo se sacrifique! Por isso, e como estão todos empenhados em salvar o nosso líder, iremos lançar uma pena sobre a Praça. A pessoa na qual a pena cair terá a honra de se sacrificar por Brejnev!

A multidão delirava cada vez mais:

– Queremos Brejnev! Morra um de nós! Queremos Brejnev! Morra um de nós! Queremos Brejnev! Morra um de nós!

Então a pena foi lançada, flutuando lentamente sobre a Praça Vermelha. Poucos segundos depois, a multidão gritava:

– Queremos Brejnev! Morra um de nós! Pfff! Pffff! Queremos Brejnev! Morra um de nós! Pfff! Pffff! Queremos Brejnev! Morra um de nós! Pfff! Pffff!

António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.