António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

O síndrome “pfff! pfff!”

Novembro 18th, 2011

O estado actual de Portugal pode facilmente ser ilustrado por uma metafórica anedota que nos chega dos tempos da Guerra Fria, à qual tomei a liberdade de chamar “Síndrome Pfff! Pfff!”.

Consta-se que, quando a saúde do líder soviético Leonid Brejnev se começou a deteriorar, juntou-se uma grande multidão na Praça Vermelha de Moscovo, em vigília, preocupada com o estado do seu governante.

Após horas de espera, nas varandas do Kremlin surge um dos assessores de Brejnev que anuncia:

– Camaradas! O nosso camarada Brejnev está muito doente! Para que ele sobreviva, será necessário que um de nós morra!

A multidão em delírio responde:

– Queremos Brejnev! Morra um de nós! Queremos Brejnev! Morra um de nós! Queremos Brejnev! Morra um de nós!

O assessor continua:

– Calma, camaradas! Basta que apenas um russo se sacrifique! Por isso, e como estão todos empenhados em salvar o nosso líder, iremos lançar uma pena sobre a Praça. A pessoa na qual a pena cair terá a honra de se sacrificar por Brejnev!

A multidão delirava cada vez mais:

– Queremos Brejnev! Morra um de nós! Queremos Brejnev! Morra um de nós! Queremos Brejnev! Morra um de nós!

Então a pena foi lançada, flutuando lentamente sobre a Praça Vermelha. Poucos segundos depois, a multidão gritava:

– Queremos Brejnev! Morra um de nós! Pfff! Pffff! Queremos Brejnev! Morra um de nós! Pfff! Pffff! Queremos Brejnev! Morra um de nós! Pfff! Pffff!

António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.