António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

“O Melro Branco” – Eugène Damaré

Agosto 3rd, 2021

CLÁSSICOS FILARMÓNICOS

4ª Temporada – “Procura aí o papel…”

 

 

O reportório solístico para banda filarmónica costuma ser uma “faca de dois legumes”. Por um lado, enriquece um programa e é uma boa maneira de encostar a banda oponente às cordas num despique. Por outro, pode trazer problemas internos, na chamada “gestão do grupo de trabalho”.

E, a meu ver, há ainda outra questão: há maestros que não têm a noção de como dirigir uma obra solística. Em primeira instância, a peça “a solo” é sempre do solista. Por isso faz-me confusão interpretações deste género de reportório em que a banda se sobrepõe ao solista ou, pior ainda, o maestro se sobrepõe ao solista.

O “Melro” será caso paradigmático deste fenómeno quando há maestros que impõem andamentos absurdos à interpretação da mesma. Fica difícil para a banda, fica difícil para o solista e o resultado final é desastroso. Digo eu, que já lá estive.

Considerações estilísticas à parte, sou totalmente apologista de obras solísticas nas bandas e trarei mais a este espaço, ainda nesta temporada.

O flautista francês Eugène Damaré nasceu em Bayonne e ganhou uma reputação considerável também como virtuoso no flautim. Prolífico como compositor, especialmente de peças de todos os tipos para seus próprios instrumentos. Escreveu também um método de flauta, com um suplemento para flautim e estudos. Faleceu em Paris em 1919. “Le Merle Blanc – Polka Fantaisie op.161” foi uma das suas mais famosas obras, sendo original para flautim e piano e tendo conquistado um lugar de destaque no reportório filarmónico nacional.

Aqui fica na leitura da Banda da Foz, dirigida por Jorge Macedo, sendo solista a Teresa Sala (uma miúda muito gira!). A filmagem é minha.

 

António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.