Antigamente, muito antigamente, o Festival da Canção era o certame onde eram apresentadas as melhores canções, dos melhores poetas, dos melhores compositores, pelos melhores intérpretes. Não só em Portugal, como por toda a Europa.
Havia uma orquestra a sério, a tocar a sério, com um maestro a sério.
Muitas das canções intemporais, feitas por portugueses, nasceram no Festival da Canção.
“Oração”, “Festa da Vida”, “Sol de Inverno”, “Desfolhada”, “E Depois do Adeus”, “Menina do Alto da Serra”… são muito mais que canções… obras-primas.
E outras internacionais, como o “Waterloo” dos ABBA.
E hoje?
Em Portugal (e na Europa), música pobre, letras que parecem escritas por uma criança de 4 anos, maus cantores…
Há as excepções.”Todas as ruas do amor”, “O meu coração não tem cor”, “Lusitana Paixão”, “Chamar a Música”, “Senhora do Mar”…
(e aquela canção da Inglaterra o ano passado… Andrew LLoyd Webber no seu melhor…).
Mas antigamente, muito antigamente, a qualidade era a regra e não a excepção.
No fundo, o Festival torna-se um reflexo da nossa sociedade. Em vez de cultivarmos a qualidade, cultivamos a mediocridade e depois ficamos à espera que apareça um “iluminado”.
A avaliar pela qualidade das canções apresentadas este ano, mais valia desistirmos já.
(se bem que dos restantes países não será de esperar muito melhor…)