António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

Ecos da Solidão

Agosto 10th, 2009

Pensava eu estar no meio de tanta gente, mas a multidão era o deserto.

Todos me abandonaram, deixando-me nas mãos do acaso e daquilo que a Fortuna quis fazer comigo.

Espancaram-me, feriram-me, sangraram-me e eu nunca virei a cara à luta.

Quando me julgavam morto, apareci no meio deles e de imediato a Morte atingiu-os sem piedade. Libertei-me, enfim, das garras da solidão.

Caminhei por cima dos cadáveres daqueles que me condenaram, espezinhando as vísceras, os ossos e o sangue daquela gente abjecta.

Limpei o mundo da podridão e descobri que só eu, apenas eu, poderia continuar aquela demanda infinita.

António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.