António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

Deitei-me, mas não dormi…

Maio 26th, 2009

Fui-me deitar
Mas não dormi
Era impossível repousar
Era impossível descansar
Era impossível fechar os olhos

A desilusão
A tristeza
Abriam-me as pálpebras
E diziam-me
Com palavras amargas
Que tinha ficado longe do teu amor

Rebolava-me na cama
Uma vez e outra vez
E mais outra
E cada vez doía mais
Cada vez espetava mais fundo
A lâmina do arrependimento

Oh remorso!
Oh amargura!

Como vindes nesta hora
Em que não vos quero
Não vos preciso

Só paz
Aquela paz
Aquela única paz do teu olhar

Esse olhar
Que me atirou para mundos que eu desconhecia
Preciso dele
Agora
Desse olhar que me penetra
Me destrói
Mas me mergulha na felicidade que jamais encontrei

Vou-me deitar
E não vou dormir
Enquanto não vieres para o meu lado

António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.