Se há coisa que me deixa um pouco agastado, são aquelas pessoas que emitem opiniões sobre assuntos para os quais não estão minimamente preparadas. Falam por falar, só porque querem dizer alguma coisa, não têm argumentação válida e, depois, só saem disparates.
Conheci alguém que disse: “como eu não sei andar de mota… não ando de mota”.
Ultimamente tenho visto muita gente que “não sabe andar de mota” mas que age como se fosse o Valentino Rossi.
Se, nalguns casos, é pura ignorância, noutros trata-se apenas de uma espécie de exibicionismo intelectual que conduz a afirmações ocas e despropositadas, sobre os mais diversos assuntos.
Uff…
António Pinheiro
Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.
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Um especial poder
Às vezes as pessoas só precisam de ouvir o óbvio. O óbvio que qualquer pessoa constata, mas que ganha um valor diferente, consoante o emissor. Aliás, esse óbvio podia ser mesmo constatado pelo próprio sujeito, se tivesse um pouco de calma, ou se ganhasse coragem de olhar-se ao espelho.
No entanto, é necessária uma acreditação. Uma constatação simples só ganha credibilidade se pagarmos por ela, se provir de alguém com um título pomposo ou com “poderes” especiais de percepção psíquica ou, até mesmo, extra-sensorial.
Serei eu demasiado clarividente ou demasiadamente ignorado?
Notas sobre o desporto “Rei”
1 – Cristiano Ronaldo foi, finalmente, considerado o melhor do Mundo. É uma vitória do talento que nasceu com ele, mas também de uma enorme vontade e espírito de sacrifício. Um exemplo.
2 – Depois de Figo, Ronaldo. Depois de Figo ter feito os agradecimentos em Castelhano, temia que Ronaldo se dirigisse ao Mundo em Inglês. O CR7 falou em português. Bravo!
3 – Pena que as exibições Ronaldo ao serviço da nossa Selecção fiquem uns furos abaixo do seu real valor. A prova de que Ronaldo deve muito deste prémio à sua equipa (Manchester United) e ao seu treinador (Alex Fergusson). De facto, Ronaldo é um atleta moldado como uma peça de uma máquina e que fora dela é como um peixe fora de água. Na Selecção Ronaldo não se encontra. Não sabe para onde ir nem o que fazer. Falta-lhe ainda aquela maturidade e capacidade de liderança que caracteriza(ou) homens como Luis Figo, Rui Costa, Paulo Sousa, Vitor Baía, João Vieira Pinto, entre outros. Homens capazes de, nos momentos mais críticos, darem o grito de guerra e levar todo um povo às costas. Ronaldo está a crescer. Esperemos que lá chegue.
4 – Mais uma jornada da liga, mais uma arbitragem polémica. Desta vez, os responsáveis do SLB assobiam para o ar… “ah, e tal, há umas semanas atrás fomos nós os prejudicados…”. Lá está! Será que finalmente perceberam que, por vezes, somos beneficiados e por outras somos prejudicados? Que os erros das arbitragens tocam a todos?
5 – “O importante é focar no jogo”. Cada vez admiro mais Luis Freitas Lobo. Possivelmente é português que mais sabe de futebol. Do jogo. Ouvia ontem os seus comentários à jornada, na TSF e, em vez de cair na tentação de comentar as arbitragens, preferiu falar sobre a ausência de Meyong no onze inicial do Braga, no excelente jogo que esta equipa fez (e que merecia outro resultado), da defesa alta que o SLB praticou na primeira parte, das linhas mais recuadas na segunda e na importância de Reyes na equipa. Falou também no futebol avassalador, mas sem eficácia, do FCP, na instabilidade emocional que a equipa apresentou na segunda parte. E falou da estabilidade táctica do Sporting. Assim dá gosto ouvir falar de futebol.
6 – José Sócrates ficou emocionado com o prémio de CR. E tem razões para isso, pouco tempo depois do seu Ministro das Finanças ter recebido o prémio de pior Ministro das Finanças da União Europeia, é bom haver algo que encha o país de orgulho.
7 – Não posso deixar de sentir pena do Messi. Tenho um certo carinho pelo puto. Espero que vença no próximo ano.
Para pensar…
Recebi este pequeno texto por e-mail e achei lindíssimo. Tocou-me, por vários motivos…
Uma Rapariga perguntou a um Rapaz se ele a achava bonita, ele disse…não.
Ela perguntou se ele queria ficar com ela para a eternidade….e ele disse não.
Então ela perguntou-lhe, se ela se fosse embora, se ele iria chorar, e mais uma vez ele respondeu com um não. Ela já tinha ouvido demais.
Assim, quando estava a ir embora, lágrimas caíam da sua face, o rapaz agarrou seu braço e disse…
Tu não és bonita: És linda.
Eu não quero ficar contigo para sempre. Eu PRECISO ficar contigo para sempre.
Eu não iria chorar se tu fosses embora… eu iria morrer…
Ilusão auditiva
Há pouco ouvi gritos na televisão… Parecia que estavam a matar alguém.
Pensei: “um filme de terror à hora de almoço?”
Curioso, fui a correr…
Desilusão: era o Toy a “cantar”!
Frase
“Nunca discutas com um idiota. Ele leva-te ao nível dele e depois… ganha-te em experiência.”
Coerência política… ou falta dela!
1 – O meu amigo Vasco diz que é preciso coragem para falar de política. Concordo e também é preciso estar mergulhado nalguma sordidez desse Mundo, onde rareiam valores como a ética e a honestidade. Não me refiro aos políticos corruptos, porque a corrupção em Portugal não é só na política. Refiro-me àqueles que não têm uma postura coerente na vida.
2 – Há meses, um “deputado” da oposição numa Assembleia de Freguesia, algures no concelho de Gaia, mostrava-se aborrecido pelas ditas Assembleias de Freguesia demorarem muito tempo e ele, passo a citar, “ter mais que fazer”. Descobri esta semana que esse senhor com tão pouco tempo e “mais que fazer”, será candidato à Presidência da Junta nas próximas eleições. É preciso ter lata… ou falta dela.
3 – Ouvi alguém numa conversa de café criticar a postura do Senhor Presidente da República face ao novo estatuto da autonomia dos Açores, porque, e passo a citar: “O PSD votou a favor na Assembleia da República”. Este anónimo comentador político desconhece a total independência do PR face ao seu anterior partido político. Desconhece que o PR não é eleito por partidos. Serão memórias dos constantes vetos de Mário Soares, enquanto PR, às iniciativas do Governo de Cavaco Silva?
4 – Depois de uma mensagem de Natal em que o Senhor Primeiro-Ministro nos veio dizer que as poucas coisas que nos aconteceram de bom em 2008 foram por sua iniciativa e que é alheio às coisas más, alguém com algum sentido de Estado e postura política tinha que vir chamar os portugueses à realidade. Cavaco Silva disse aquilo que toda a gente sabe mas que o Governo não tem coragem de assumir: em 2009, estamos fodidos!
5 – É como aquele puto da história d’ “O Rei vai nu”. É chato. É incómodo. Nós até sabemos que ele diz a verdade, mas não o queremos ouvir, porque fazemos figura de tolos.
6 – Soube estes dias que o nosso Ministro das Finanças foi eleito o pior da Europa! Finalmente um título europeu para Portugal. Como diz um amigo meu: este é o melhor Governo desde o 25 de Abril.
7 – Uma pergunta ao Senhor Primeiro-Ministro: Eu estou desempregado. Para além de ter que ir apresentar-me de 15 em 15 dias ao Centro de Emprego, que outras medidas de apoio o Senhor tem para mim?
8 – Uma pergunta de um amigo meu, professor, à Senhora Ministra da Educação: “Atendendo a que passo os meus tempos livres a preencher papelada relativa ao Modelo de Avaliação, como faço para preparar as aulas para os meus alunos?”
Boa semana a todos!
Notas a iniciar o novo ano
Nos últimos tempos, fiz algumas observações ao pequeno Mundo que me rodeia. Aqui ficam algumas notas a iniciar o novo ano, uma para cada badalada:
1- Beatriz Costa. Não estou a falar da grande actriz portuguesa do teatro e do cinema. Estou a falar de uma criança de 11 anos que se destacou num concurso de talentos da TVI. Desde o primeiro programa que a jovem “Bea” arrasou a concorrência e deixou a léguas de distância os outros petizes. Infelizmente, neste como noutros concursos, a votação é feita pelo público. Apesar de haver um júri (não sei a fazer o quê), quem decide o vencedor é o sistema de chamadas telefónicas. Infeliz e injustamente, Beatriz Costa não venceu. Contudo, o seu talento é grande e a História encarregar-se-á de fazer justiça. Assim espero.
2- O caso da pequena Beatriz é reflexo do que se passa neste país, nos mais variantes quadrantes. Em vez de talento, premeia-se a popularidade e o populismo. Não interessa ser bom, mas parecer bom. Não interessa construir, mas destruir o trabalho alheio.
3- E chegamos à política. Os políticos são (quase) todos mais ou menos hipócritas, mas mais hipócritas serão os que não são políticos mas querem ser. Isso nota-se quando a sua vida social muda radicalmente e começam a aparecer em tudo o que é evento público, ostentando no rosto um teatral ar sério, compenetrado e interessado.
4- Algumas “elites” politico-culturais são pródigas em afirmar “eles não fazem isto… eles não fazem aquilo”. Mas, quando “eles” fazem, esses mesmos críticos não se dignam a levantar o traseiro do sofá e abandonar o conforto do lar para participar nos eventos. Preferem, no dia seguinte, continuar a desfiar críticas em conversas de café.
5- E por falar em conversas de café, a participação do povo nos espaços públicos de discussão é quase nula (falo das Assembleias de Freguesia, Municipais, etc.). O debate político faz-se nas ditas conversas de café, por pessoas mal informadas e pouco esclarecidas. Em vez de factos, comentam-se boatos espalhados e geridos pela oposição que se alimenta (e alimenta) da ignorância do povo.
6- Nestas circunstâncias, a vida de quem abnegadamente e descomprometidamente tenta construir alguma coisa é difícil, pois nunca sabemos quem verdadeiramente está connosco. Nunca sabemos quem, de facto, está com as causas.
7- E temos que continuar a derrubar barreiras, passar noites sem dormir, caminhar com o coração nas mãos, pois nunca sabemos de onde vem mais um ataque, mais um obstáculo.
8- O que eles não sabem é que cada obstáculo ultrapassado dá-nos mais força para os outros que hão-de vir. Talvez fosse melhor ficarem quietos, assim não despertavam a nossa raiva e a nossa sede de vitória.
9- Diz-se por aí que falta profissionalismo no nosso país. É bem verdade: falta a muita gente a noção do que é compromisso, responsabilidade, respeito… Falta de profissionalismo? Eu diria falta de educação.
10- Os votos de Ano Novo são férteis em “Paz no Mundo”. Já pensaram que é talvez mais produtivo tentar semear a Paz à nossa volta?
11- O Hamas ataca Israel. Israel ataca o Hamas. Quem nasceu primeiro? O ovo ou a galinha? Acho estúpido que digam que a culpa é só de Israel, como acho estúpido que digam que a culpa é só da Palestina… Mas isto até estava sossegado antes do último ataque do Hamas.
12- 2009 vai trazer a versão portuguesa da revista Playboy. Já não era sem tempo e não estou a falar pelo conteúdo em si, mas pela mudança cultural que poderá trazer ao nosso país. Um tema para desenvolver no futuro.
Feliz 2009 a todos!