António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

“Ares de Espanha” – Ilídio Costa

Maio 25th, 2021
(texto publicado originalmente no Facebook, a 8 de Abril)
Carreguem no play e fechem os olhos. Tarde de Agosto, sol, calor, mangas arregaçadas, colarinhos abertos, o almoço ainda não foi totalmente digerido. Burburinho no público, carros de choque ao fundo, povo que chega para a procissão e, de repente, TA-DAAAAAAAAA, solta-se a furiosa anacruza dos “Ares de Espanha”, pasodoble bem português, ou marcha de concerto, que serve de andor a um melódico solo com cadenza de trompete, à guisa da vizinha Espanha.
Em finais dos anos 90, se eras “atacado” com “La Virgen de La Macarena”, só podias responder com a icónica marcha de Ilídio Costa. A coisa não podia ficar por menos.
Todos nós, filarmónicos, mesmo quem não aprecia as suas obras, mesmo quem, num passado recente, teceu comentários pouco educados sobre ele, devemos muito a Ilídio Costa. Pouco antes do país entrar em confinamento, tive o prazer de ser ensaiado e dirigido por ele e, acreditem, todo ele É Música. Mas, sobre isso, falarei noutra altura.
O importante, agora, é desfrutar da sua música, infelizmente, cada vez mais relegada para o fundo das pastas e dos arquivos.
É verdade que, actualmente, há muita variedade neste estilo de reportório, mas os “Ares de Espanha” continuam a ser um marco que merecia ser tocado mais vezes.

“Pop Show n.º 4” – Amílcar Morais

Maio 25th, 2021

(texto publicado originalmente no Facebook, a 7 de Abril de 2021)

Foi em 1974 que Amílcar Morais compôs o “Pop Show N.º1”, iniciando uma série de obras que iriam mudar o paradigma das bandas filarmónicas em Portugal.
A olho nu, o quarto opus desta série terá sido, eventualmente, o mais tocado, até romper as folhas e reunia temas dos The Pogues, Jean Michel Jarre e Vangelis, e mais um ou outro que nunca consegui identificar. Não interessa. Soava e soa muito bem!
O “Pop Show N.º 4” tem a particularide de ter uma “extended version” (aqui partilhada) que inclui o filarmonicamente célebre “Garotas, garotas”.
Com a revolução que o reportório bandístico levou nas últimas duas décadas, isto caiu para o fundo das pastas e depois para o fundo dos armários de arquivo, mas continua a ser uma obra que “cheira a arraial”.

“Bee Cee Bee Gee” – Terry Kenny

Maio 25th, 2021

(texto publicado originalmente no Facebook a 6 de Abril de 2021)

B.C.B.G. significa “Bon Chic Bon Genre”, um termo aplicado às meninas ricas e elegantes. Em Português seria “As Fozeiras”.
A música descreve os principais acontecimentos de um dia na vida de uma dessas “jovens glamourosas”.
De manhã, passear no shopping, a tarde é passada preguiçosamente na praia e à noite perder a cabeça (e não só) na discoteca.
Nota-se que isto já tem uns anos… ???

António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.