António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

Momento

Março 12th, 2013

Ali. Eles eram muitos e ele só. Só, não. Ele e ela.

Então ergueu a espada e apontou-a ao céu. Rapidamente a desceu, ferindo de morte, um atrás do outro.

Eles eram muitos mas tombavam.

Ele era só (e ela) mas continuava de pé.

Continuou. O tantas vezes cobarde fez-se, finalmente, corajoso. Encontrou força onde ela não existia. Encontrou a força que sempre teve e nunca soube.

Foi preciso sentir o medo. Foi preciso vê-lo cara a cara, para saber que tinha que  o vencer. E só lutando podemos vencer.

Avançava.

E eles caíam.

E ele de pé.

A cada golpe mais confiante, seguro, livre. E ela com ele.

Conquistava aquilo que era seu desde sempre e seria seu para sempre… E não deixava um único sopro de vida nos que caíam.

Era altura de esquecer. Recomeçar e apontar a espada… em frente.

E eles caíam. E ela com ele.

Avançava entre cadáveres sem uma gota de sangue. Nem sua. Nem deles.

Deslizava, quase que voava.

E eles caíam.

No fim só ficou ele. E ela.

E nunca mais permitiu que eles voltassem… Nem ela…

António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.