António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

“Tannhouser” – Wagner

Junho 9th, 2021

(texto inicialmente publicado no Facebook, a 18 de Maio de 2021)

O sagrado e o profano. A paixão carnal e o amor verdadeiro. O pecado e a redenção. São estes os dilemas que compõem o libretto da ópera “Tannhouser” de Richard Wagner.
A música de Wagner tem algo de hipnótico, místico, transcendente. Metais a “esgalhar” e madeiras a dar ao dedo.
Na verdade, aqueles “tiri-tiri-tiri-tiri-tiri-tiri-tiri-tiri-tiri” foram pensados para os violinos e não para malta que tem que inspirar e expirar.
Mas, para um bom clarinetista filarmónico, “enquanto houver língua e dedo, não há «tinhosa» que meta medo!”
José Ricardo Freitas, desculpa “partilhar-te” mais uma vez, mas a culpa é do nosso amigo Damião Silva.
Dia de “calhausada” nos “Clássicos Filarmónicas” com a abertura da ópera “Tannhouser”, na interpretação da Banda de Vilela.
(e tocar isto à primeira vista, na manhã de S. João, depois de ter dormido 45 minutos?)

“Paisagem Ribatejana” – Duarte Pestana

Junho 8th, 2021

(texto inicialmente publicado no Facebook, a 17 de Maio de 2021)

 

Série Pestana – Fantasia n.º 5
Da fantasia n.º 4 “Lisboa, coisa boa” não encontrei registos sonoros, portanto, saltamos para a “Paisagem Ribatejana”, continuando na onda do Fandango.
O tema tradicional do Ribatejo domina, de facto, esta obra, que o compositor dedicou à sua mãe.
Talvez por isso, seja uma orquestração “ternurenta” e, de certa forma, naif… (ai… como estou hoje…). Fica tão bem num concerto de gala como num coreto.
Já tive a oportunidade de tocar a “Paisagem Ribatejana” várias vezes e sabe-me sempre como a primeira vez. E a primeira vez foi com o maestro António Ferreira na Orquestra Filarmonia de Vermoim, a quem agradeço por me ter apresentado a obra e, já agora, pelos bons momentos que vivi enquanto músico daquela orquestra.
Partilho aqui a leitura da Banda dos Arcos, dirigida por Manuel Fernando Marinho Costa, num coreto.

“Santana – a portrait”

Junho 8th, 2021

(texto inicialmente publicado no Facebook, a 16 de Maio de 2021)

“Carlos Humberto Santana Barragán, mais conhecido como Santana ou Carlos Santana (Autlán de Navarro, 20 de julho de 1947), é um conhecido multi-instrumentista e compositor mexicano. Tornou-se famoso na década de 1960 com a banda Santana Blues Band, conhecida posteriormente apenas como Santana – mais precisamente com a sua atuação no Festival de Woodstock em 1969, onde ganhou projeção mundial.”
Obrigado, Wikipedia.
O meu professor de Clarinete, Saúl Silva, dizia que antes de começarmos a olhar para a pauta, devíamos olhar para o título, nome do compositor, para a época em que a peça foi escrita, ir ler sobre tudo isso, ouvirmos música idêntica e, só depois, começar a tocar.
Bem… eu acho que não é preciso tanto, mas seria bom que 99% dos saxofonistas que tocam isto, antes de decidirem inventar e “javardar” a peça toda, deviam ouvir como o próprio Santana toca Santana e perceber que a música dele sai do Coração e não dos dedos. A propósito disso, o concerto “Supernatural” está todinho no Youtube…. é só procurar.
De qualquer modo, a peça é boa e também eu já a javardei bastante na percussão. Portanto… hoje é Domingo e este medley, desculpem, este “portrait” fica bem a fechar o concerto da tarde, antes de irmos beber um fino para a procissão.
“Santana – a portrait” na leitura da Banda de S. Martinho da Gandra, dirigida por Hélder De Sousa Magalhães.

“Suite Alentejana” – Freitas Branco

Junho 8th, 2021

(texto inicialmente publicado no Facebook, a 15 de Maio de 2021)

Um clássico filarmónico, um clássico sinfónico, um Clássico.

Freitas Branco escreveu tão bem o original, que a transcrição sai com toda a naturalidade.
E soa, como poucas, muito bem numa banda.
Paulo Veiga dirige a Banda da Póvoa neste fabuloso “Fandango” da Suite Alentejana.

“Senhora do Ó” – Rocha Martins

Junho 8th, 2021

(texto inicialmente publicado no Facebook, a 13 de Maio de 2021)

Edição Extra – 13 de Maio.
Porque hoje é 13 de Maio, tinha que partilhar esta célebre marcha de Rocha Martins, icónico trompista da Banda da Trofa, que foi músico militar da GNR em Lisboa e ainda chegou a chefiar a banda do Porto já no fim da sua carreira.
É outra que faz sucesso entre clérigos e devotos, principalmente por incluir o célebre “Adeus de Fátima” na última repetição.
“Ó Fáaaaaatima, adeeeeuuuusssss…”
“Studio version” da Banda de Coimbrões, dirigida pelo maestro José Alexandre.

“La Virgen de La Macarena” – Monterde / Calero

Junho 8th, 2021

(texto inicialmente publicado no Facebook, a 13 de Maio de 2021)

Vistam o casaco. Apertem as gravatas. Vamos entrar em solo sagrado.
Mundialmente conhecida e reconhecida como a “canção dos toureiros”. Podemos não ser aficionados, mas bastam as duas primeiras notas para saber do que se trata.
Obra mítica dos coretos portugueses, era o certificado de qualidade de um trompetista. Se tocasses “a Virgem”, tocavas qualquer coisa. Contratavam-se solistas de renome para isto. Durante anos travou centenas de duelos com os “Ares de Espanha”.
Apesar de creditada ao famoso trompetista Rafael Mendez (que a popularizou mundialmente), foi composta por Bernardino Bautista Monterde e Antonio Ortíz Calero. Também aparece por aí atribuída a Arturo Sandoval… (Google it).
Já me deparei com vários arranjos, sendo o mais popular em Portugal de Charles Koff.
A “Virgen” sempre teve uma aura de misticismo. A verdade, é que nem é preciso ter uma grande banda para a tocar. Só precisamos mesmo de um bom trompetista, daqueles sem medo, que se atire de cabeça. Tudo o resto é bastante acessível, desde que tocado com paixão.
Aqui fica na interpretação da Banda de Melres, dirigida pelo Professor Luís Macedo.

“God Save The Queen” – Carlos Marques

Junho 8th, 2021

(texto inicialmente publicado no Facebook, a 12 de Maio de 2021)

 

E, pela primeira vez, um vídeo onde apareço a tocar! (sou o gordo cabeludo nos tímpanos)
Adiante…
Carlos Marques parece talhado para obras que mudam paradigmas. Já aqui falamos da Cassiopeia, do Manuel Joaquim de Almeida e do Português Suave. Hoje, o meu destaque vai para este medley com temas dos Queen, composto com a qualidade que a música dos Queen exige.
Lembro-me da primeira vez que o ouvi e da emoção que isto gerou até na nossa banda. A dada altura estávamos todos a cantar e a dançar no nosso palco.
Durante algumas épocas, “God Save The Queen” esteve bastante presente nas estantes. Tenho a sensação de que, hoje em dia, está um pouco esquecida, o que é pena. Como já referi antes, Carlos Marques trabalha muito bem a música “ligeira” (tenho dificuldade em classificar Queen como ligeiro) e este medley ultrapassa, largamente, muito do que importamos das editoras estrangeiras.
Aqui fica na interpretação da Banda Fórum – Filarmónica Portuguesa, dirigida por Afonso Alves.
P.S. – Quem estiver neste vídeo, identifique-se ?

“Juízo Final” – Camille de Nardis

Junho 8th, 2021

(texto inicialmente publicado no Facebook, a 14 de Maio de 2021)

“Ah e tal as tubas nunca têm música de jeito…”
“Então pega lá a entrada do Juízo Final para mostrares o que vales!”
Andamentos feeéricos, uma fanfarra apocalíptica e doces corais celestiais, com todos os naipes a serem puxados aos limites, da força, da técnica e do bom senso, esta obra expõe de forma limpinha a qualidade da banda ou, dito de outra forma, a capacidade para a tocar. Penso eu não haver meio termo: ou a tocas bem, ou nem a tiras da capa.
Uma vez dirigi isto num curso de direcção… Não tenho coragem de contar o resto. ?
Aqui fica na interpretação da Banda de Vale de Cambra, dirigida por Valdemar Sequeira.

António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.